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100 anos de Bibi Ferreira, patrimônio das artes cênicas brasileiras

Nesta quarta-feira, 1, comemora-se o centenário de uma das figuras mais importantes da cena teatral brasileira: Bibi Ferreira. Ela nasceu em 1922, no Rio de Janeiro, e faleceu em 2019, vítima de uma parada cardíaca.

Segundo as biografias da atriz, cantora, compositora e diretora, ela foi incentivada a seguir carreira artística desde pequena. Para o pai, o ator Procópio Ferreira, Abigail Izquierdo Ferreira, carinhosamente apelidada ‘Bibi’, ainda iria representar, cantar e fazer grandes coisas nos palcos.

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Nessa conjuntura, com apenas 3 anos Bibi estreou no universo artístico por meio da companhia Revista Espanhola Velasco, no Chile, quando participou de uma turnê pela América Latina ao lado de sua mãe, a bailarina Aída Izquierdo. Voltou ao Brasil aos 4 anos e começou a participar de óperas e balés, inclusive fez parte do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

No entanto, Bibi começou a desbravar o mundo teatral com mais propriedade em 1941, na Companhia Procópio Ferreira, interpretando a protagonista Mirandolina na peça La Locandiera, de Carlo Goldoni. Em 1944, fundou sua própria companhia teatral, a Companhia de Comédias Bibi Ferreira, o primeiro espetáculo apresentado pelo coletivo foi Sétimo Céu, que foi dirigido por Henriette Morineau, e contou com Maria Della Costa e Cacilda Becker no elenco. Dois anos mais tarde, a artista foi estudar direção teatral em Londres, na Royal Academy of Dramatics Arts, e no ano seguinte estreou também como diretora no espetáculo Divórcio, de Clemence Dane.
Bibi recebeu o primeiro de muitos prêmios em 1950, por sua direção da peça A Herdeira, de Henry James.

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Em 1954, contratada pela Companhia Dramática Nacional (CDN), edirigiu o clássico de Nelson Rodrigues, Senhora dos Afogados. No entanto, foi nos musicais que a atriz fez seu nome, se destacou e se consagrou como um dos maiores expoentes do teatro nacional. Suas interpretações mais conhecidas foram nas peças My Fair Lady; O Homem de La Mancha; Alô, Dolly e Gota d’água. Por seu trabalho nesse último espetáculo, que foi escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes em 1975, a artista recebeu os prêmios Molière e Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA).

Nos anos 1980, fez a montagem de muito sucesso A Vida de Uma Estrela da Canção, que falava sobre a vida e obra da cantora francesa Edith Piaf, peça que, nos quatro anos que esteve em cartaz, recebeu cerca de um milhão de espectadores. Muitas foram as gratificações dada à Bibi pelo seu trabalho no teatro, entre elas estão os prêmios Mambembe, Molière, Associação Paulista de Empresários Teatrais e Governador do Estado.

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Além de expoente artístico, a atriz também contribuiu no campo da educação, foi professora no Teatro Duse e na Fundação Brasileira de Teatro (FBT). Outra área que explorou foi a televisão, apresentando durante dois anos o Programa Bibi ao Vivo, no qual conversava com grandes nomes do teatro nas telas.

Pelo seu prolífico trabalho, a atriz recebeu muitas homenagens. Em 2012, o ator e produtor Marllos Silva batizou com o nome da artista o Prêmio Bibi Ferreira, um dos mais importantes do teatro musical brasileiro. Além disso, neste ano de 2022, Bibi também foi homenageada pela prefeitura do Rio de Janeiro e se tornou um patrimônio cultural carioca. A honraria foi concedida pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, em virtude da ação uma plaquinha azul de patrimônio cultural foi instalada na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, onde ela morou por muitos anos.

Bibi Ferreira teve uma carreira teatral ampla, multifacetada e atravessada por grandes nomes do meio cultural e artístico nacional e internacional. Sua trajetória se misturou com a história do teatro brasileiro em si, portanto falar e estudar sobre a vida da atriz é recuperar marcos importantes das artes cênicas do nosso país. Muitas atrizes, atores, cantores, bailarinos e diretores foram e ainda são influenciados pelo seu trabalho.




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