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“Brian ou Brenda?”, de Franz Keppler, retorna em cartaz com diversidade de corpos e identidades de gênero em cena

Com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, espetáculo discute as diferentes identidades de gênero possíveis a partir do polêmico caso real de David Reimer. Crédito: Heloísa Bortz.

Com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, espetáculo discute as diferentes identidades de gênero possíveis a partir do polêmico caso real de David Reimer. | Foto: Heloísa Bortz.

A peça “Brian ou Brenda?” promove uma discussão sobre identidade de gênero ao contar, com liberdade ficcional, o polêmico caso de David Reimer. O espetáculo, dirigido por Yara de Novaes e Carlos Gradim, ganha novas apresentações gratuitas nos teatros Paulo Eiró (de 5 a 7 de abril), Arthur Azevedo (de 12 a 14 de abril) e Alfredo Mesquita (de 19 a 21 de abril) e uma nova temporada popular no Teatro Itália Bandeirantes (entre 3 e 26 de maio, com ingressos por até R$40).

A montagem

Em 1965, nascem os gêmeos Brian e Bruce, que são submetidos a uma cirurgia de fimose aos 8 meses. Durante esse procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. Atônitos, os pais procuram o psiquiatra John Money, que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação. Ele aconselha a família a fazer em Brian uma operação de redesignação sexual e a educá-lo conforme uma menina. 

A criança passa a ser chamada de Brenda. O resultado é uma menina que cresce infeliz em um corpo que não é seu e, ainda adolescente, tenta se matar. Os pais decidem contar a verdade e, então, Brenda resolve ir em busca da real identidade que nunca havia deixado de ter. 

Conhecida como um dos casos mais polêmicos da psiquiatria, a violência sofrida por David Reimer é usada por pesquisadores e instituições de todo mundo para fomentar a discussão sobre identidade de gênero. Os grupos conservadores argumentam que este é um exemplo de que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como um homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é o mesmo pelo qual as pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora que tenta impor seus padrões.

A encenação mescla fatos reais e ficcionais para propor uma reflexão sobre gênero e o direito às escolhas e desejos de cada um, bem como os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos. O grupo faz questão de frisar o respeito pelas diferentes identidades, colocando a pauta, inclusive, na boca de David. Ao final da trama, por exemplo, ao ser questionado em uma entrevista, ele afirma que não é contra a cirurgia de redesignação sexual, se isso for um desejo de uma pessoa que se sente no corpo errado, contrapondo essa possibilidade ao que aconteceu.

 

Ficha Técnica

Texto: Franz Keppler

Direção: Yara de Novaes e Carlos Gradim

Elenco:  Daniel Faleiros, Daniel Tavares, Einat Falbel, Fabia Mirassos, Jui Huang, Paula Cancian e Paulo Campos

Cenário: André Cortez

Desenho de luz: Aline Santini

Figurino: Cassio Brasil

Trilha sonora: Dr Morris

Orientação de trabalho corporal: Ana Paula Lopez

Assistente de direção: Renan Ferreira

Assistente de figurino: Danni Tocci

Assistente de iluminação: Pajeú de Oliveira

Construção de cenário: Fernando Brettas Estúdio

Costureira: Keila Silva

Design gráfico: Angela Ribeiro

Fotografia: Heloísa Bortz

Mídias sociais: Inspira Comunicação

Assessoria de imprensa: Pombo Correio (Douglas Picchetti e Helô Cintra)

Operação de luz: Maurício Shirakawa e Rodrigo Palmieri

Operação de som: Rodrigo Florentino

Contrarregra: Ighor Walace

Camareira: Léia Marone

Direção de produção: Kiko Rieser

Produção executiva: Jaddy Minarelli 

Assistência de produção: Henrique Pina

 

Serviço

Brian ou Brenda?, de Franz Keppler

Classificação etária: 14 anos

Duração: 80 minutos

Teatro Paulo Eiró

Endereço: Avenida Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro

Quando: 5 a 7 de abril, na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h

Ingressos: grátis, com direito a debate ao final de cada sessão

Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

Teatro Arthur Azevedo

Endereço: Avenida Paes de Barros, 955, Alto da Mooca

Quando: 12 a 14 de abril, na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h

Ingressos: grátis, com direito a debate ao final de cada sessão

Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

Teatro Alfredo Mesquita

Endereço: Avenida Santos Dumont, 1770, Santana

Quando: 19 a 21 de abril, na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h

Ingressos: grátis, com direito a debate ao final de cada sessão

Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

Teatro Itália Bandeirantes

Endereço: Av. Ipiranga, 344, República

Quando: 3 a 26 de maio, às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h

Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)

Vendas online em Sympla

Bilheteria abre duas horas antes do evento

Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida




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