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SP Escola de Teatro celebra centenário da semana de 22 com importantes ações culturais

Publicado em: 13/02/2022 |

Neste domingo, 13 de fevereiro, comemoramos exatos 100 anos de uma das semanas mais simbólicas da cultura nacional; a Semana de Arte Moderna de 1922. Apesar do nome, o evento durou apenas 3 dias. Estudiosos afirmam que aquela foi a primeira manifestação pública coletiva na história nacional a reivindicar um espírito novo e moderno, se opondo à arte conservadora e com caráter europeu que imperava na época.

A ação foi realizada no saguão do Theatro Municipal de São Paulo, e consistia numa exposição de artes visuais com cerca de 100 pinturas abertas para visitação durante o dia; dela participaram artistas como Anita Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Ferrignac, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Yan de Almeida Prado e Antônio Paim Vieira. Durante a noite, ocorriam as recitações literárias e apresentações musicais, entre os poetas que participaram, podemos citar Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade, Renato de Almeida, Ronald de Carvalho, Tácito de Almeida e Manuel Bandeira. Na música podemos referendar as composições de Villa-Lobos. Mais do que um movimento que defendia determinada concepção estética em prol de outra, o evento propôs uma ruptura com as rígidas convenções impostas no passado.

100 anos da Semana de 22: Ode ao Burguês, de Mário de Andrade

O aniversário de 100 anos deste marco tão significativo na história da arte brasileira não podia passar despercebido, por isso a Adaap (Associação dos Artistas Amigos da Praça), que administra a SP Escola de Teatro, instituição ligada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, usou seus espaços físicos e digitais para múltiplas ações comemorativas dessa data tão única!

É sabido que o prédio onde hoje fica a sede Brás da instituição já foi a antiga Escola Normal do Brás, onde estudou Patrícia Galvão, a Pagu, uma das grandes herdeiras e expoentes da arte moderna. Por isso, muitas iniciativas encabeçadas pela escola tiveram relação com a trajetória de Pagu, além do mais, a artista e militante política também foi uma mulher que muito contribuiu para o teatro nacional.

100 anos da semana de 22: Você já ouviu falar dos Choros de Heitor Villa-Lobos?

Para homenageá-la, a SP Escola de Teatro lançou a exposição Universo Pagu, que está aberta para visitação gratuita na sede Brás da Instituição (Avenida Rangel Pestana, 2401, Brás). Os responsáveis pela criação, pesquisa, organização e montagem do cenário da exposição são os estudantes do curso técnico em teatro de cenografia e figurino e técnicas de palco, com a participação de linhas do estudo como iluminação, sonoplastia, atuação, humor e dramaturgia. Todo o processo teve a supervisão pedagógica do coordenador dos dois cursos, o prestigiado cenógrafo J.C. Serroni, e dos formadores Telumi Hellen, Viviane Ramos e Marcio Tadeu. Ivam Cabral, Elen Londero, Marcio Aquiles e Joaquim Gama foram os responsáveis pela idealização do projeto e curadoria.

Parte da exposição Universo Pagu. Foto: Adaap

O projeto Leituras modernistas, também realizado e desenvolvido com uma ativa participação dos estudantes, objetivou celebrar o centenário dentro de uma perspectiva crítica. Foram selecionados textos do período estudado mas também reverberações posteriores do Modernismo, com o objetivo de apresentar contrapontos entre tradição e ruptura. Uma vez por mês, estudantes ou artistas convidados encenavam o texto selecionado em uma produção digital.

A Adaap também realizou o Web-Seminário Cenas Modernas: 1922 e Além. Em 6 encontros, convidados ilustres de todas as áreas artísticas e da pedagogia do teatro discutiram temas culturais urgentes e fundamentais à sociedade brasileira, assim como os avanços, legados e contradições da Semana de 22 e sua influência neste 1 século que se passou.

No segundo semestre 2021, a comemoração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 foi o tema escolhido para nortear o curso técnico em teatro da SP e suas 8 linhas de estudo. O projeto pedagógico, denominado “Tradição e Transgressão: 100 Anos de Modernismo Brasileiro”, a partir do recorte “Cartas de Mário de Andrade”, teve como operador o historiador Allan da Rosa. Artistas e pensadores/pesquisadores como Naine Terena, Linn da Quebrada, Maria Adelaide Amaral, Maria Bonomi, Pascoal da Conceição, Valter Rege e Tarsilinha do Amaral foram algumas das personalidades que constituíram as mesas de discussão e aulas sobre o assunto.

A Extensão Cultural realizou também importantes ações. No último dia 9 de fevereiro, na sede Roosevelt da SP Escola de Teatro, aconteceu o show grátis Novas Pagus. O evento teve idealização de Ivam Cabral, curadoria e direção de Miguel Arcanjo Prado, com produção executiva de Elba Kriss e Rodrigo Barros. Foram reunidas três grandes cantoras da música brasileira contemporânea: Anná, Azzula e Maíra Baldaia. As artistas prestaram homenagens a Elza Soares, Rita Lee, Zélia Duncan e também apresentaram hits de seus repertórios próprios.

Anná, Maíra Baldaia e Azzula no show Novas Pagus

É do setor também o projeto Residências Modernistas, onde artistas e coletivos que possuem em seu DNA traços que os tornam herdeiros de aspectos do movimento modernista, sobretudo no campo da brasilidade e da antropofagia como discurso artístico, apresentaram performances artísticas na sede Brás da SP, que se transformaram em videoclipes.




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