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100 da semana de 22: Você conhece a obra Macunaíma, de Mário de Andrade?

Macunaíma é uma das obras mais importantes do modernismo brasileiro, ela representa o movimento e condensa muitas das ideias consideradas centrais pelos vanguardistas!

Publicada em 1928, o livro foi escrito por Mário de Andrade, um dos principais artistas na organização da Semana de Arte Moderna de 1922.

O romance foi classificado pelo próprio autor como uma rapsódia e, com o subtítulo de ‘herói sem nenhum caráter’, narra a trajetória do personagem que nomeia o livro Macunaíma. A obra apresenta os resultados de pesquisas de Mário sobre a cultura popular brasileira e foi escrito em apenas seis noites. Para o estudioso Miguel Wisnik, a história foi escrita como tendo sido ouvida pelo narrador por um papagaio, assim Mário escreveu o livro baseado em uma grande colagem inventiva dos elementos aproveitados de seus estudos e fez uma obra única e completamente original. Nela, o poeta junta a literatura da tradição escrita (dada pela sua forma) que, no entanto, incorpora os modos de ser da cultura oral, isso revela um dos traços do modernismo que é romper a distância entre o intelectual letrado e o povo.

100 da semana de 22: Você conhece a obra Macunaíma, de Mário de Andrade?

O ‘herói de nossa gente’ tem em sua natureza uma forte ambiguidade: ele não possui caráter tanto no sentido de ser mentiroso e inconsequente, quanto no sentido de não ter uma identidade nacional tal como a nação brasileira não possui um conjunto de características sólidas e consolidadas que a definem. No decorrer da jornada do protagonista, acompanhamos a busca do herói pela joia ‘muiraquitã’ dada por sua amada recém-falecida Ci. Em função disso, o herói vai para São Paulo resgatar o presente que foi parar nas mãos do gigante comedor de gente ‘Pietro Pietra’ ou ‘Piaimã’. No meio urbano ele vive muitas aventuras, uma das mais marcantes é seu emblemático contato com as máquinas que o leva a formulação da melancólica conclusão: ‘Os homens é que eram máquinas e as máquinas é que eram homens’. Para a professora da USP Eliane Robert Moraes, Mário traz aí uma crítica à urbe moderna por meio de uma visão pessimista da lógica citadina.

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Dentre as muitas interpretações que se pode levantar acerca da obra, é central a sua importância e relevância na consolidação de muitas ideias e conceitos que foram aludidas pelo modernismo. O romance foi um dos títulos mais importantes do movimento e sintetizou muito da teoria idealizada pela vanguarda da época.

Em 1969, Macunaíma recebeu uma histórica releitura cinematográfica pelo diretor Joaquim Pedro de Andrade, na qual estrelou Grande Otelo. O filme foi um dos marcos do cinema novo brasileiro, vencedor de diversos prêmios no Festival de Brasília de 1969; sua cópia restaurada e sem cortes foi exibida na mostra ‘Cannes Classic’ durante o festival de Cannes, em 2004. Dentre as inúmeras adaptações da obra que também foram feitas para o teatro, destaca-se a de Antunes Filho com o Grupo Pau-Brasil que estreou no Teatro São Pedro em 1978 e foi um marco no teatro modernista nacional.

Literatura, ficção e metáforas físicas; Por Marcio Aquiles *

Mário de Andrade foi um dos grandes intelectuais brasileiros do início do século XX, que contribuiu para o estudo e análise da cultura brasileira, preservando e enaltecendo esse bem tão precioso da nossa identidade nacional.




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