Em 1994, a Cia. Lúdica foi criada por Marcya Harco e Paulo Drumond, em São Paulo. Na maioria de seus trabalhos, o grupo procura trazer experiências que propiciem múltiplas percepções sobre o teatro e outras linguagens artísticas, incitando reflexões acerca da condição humana ante a sociedade e o meio ambiente.
Utopia em uma Noite de Inverno; Deolindo e Genoveva; A Poesia Secreta de Andreia; A Aula; e Pedro e o Lobo são alguns de suas muitas montagens. Com espetáculos cheios de diversidade, a companhia já foi muito premiada, recebeu prêmios e incentivos, como Programa Municipal de Fomento ao Teatro de São Paulo; ProAC ICMS; FESTEA Venezuela – Prêmio Trajetória e Qualidade; Sesi Viagem Teatral – Arte Educação; Prêmio Catina Vera – Encuentro Internacional de Teatro Otoño Azul.
Outra marca do grupo é a interculturalidade, autores clássicos de diversos países já passaram por suas pesquisas e experimentos cênicos; Jacques Copeau, Gordon Craig, Isadora Duncan, Rudolf Laban, Vsevolod Meyerhold, Bertolt Brecht, Constantin Stanislavski, Franz Kafka, Eugène Ionesco, Samuel Beckett, Viola Spolin, The Living Theatre, Gertrude Stein e Hannad Arendt são alguns deles.
O processo criativo da Cia. Lúdica se fundamenta em inquietações sociais, políticas e artísticas vivenciadas pelos próprios integrantes do coletivo. A dramaturgia nasce de um processo colaborativo, que tem como base principal o contexto atual. A partir disso são trabalhados textos clássicos e contemporâneos que serão alinhavados pelo dramaturgista Paulo Drumond.
Durante o desenvolvimento dos textos dramáticos e da pesquisa cênica, ambos realizados coletivamente, mescla-se teoria e prática. Assim, fazem parte da preparação dos atores treinamentos como jogos, técnicas da biomecânica, de mímica e de outras linguagens artísticas, conforme as necessidades de cada peça. Além disso, apesar da Cia. trabalhar com ideias dramatúrgicas, cada cena é estruturada por meio de improvisações que são elaboradas pelos participantes, os disparadores podem ser textos, frases, perguntas, imagens, sons, memórias, etc. O grupo conta como se dá essa experiência e explica a importância desse processo:
“Atualmente, a Cia. Lúdica pesquisa e adentra outros campos e linguagens artísticas a fim de alcançar narrativas mais híbridas. Para o repertório, são selecionados trabalhos com logísticas viáveis para viagens ou deslocamentos em espaços não convencionais”.
Para a companhia, o fazer teatral possui uma força de ação comunitária, e são muitos os objetivos e expectativas que devem ser alcançados com relação ao público:
“O Coletivo entende que a função do teatro é incomodar. Desconstruir. Sensibilizar. Provocar. Refletir. Encantar. Transformar. Seduzir. Buscar o (in)sabido, investigar o desconhecido, desmontar o seguro. Implodir o perpétuo.”
Mais infos sobre a Cia. Lúdica estão no livro Teatro de Grupo, uma publicação do Selo Lucias, braço editorial da ADAAP, associação que gere o projeto da SP Escola de Teatro.
