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Rafael Marcos

Publicado em: 01/11/2012 |

Em 1996, nascia a hoje extinta Revista SB. A publicação independente foi pioneira na abordagem de assuntos ligados à cultura Hip Hop, atingindo uma tiragem de 8 mil exemplares. Naquela mesma época, aos 10 anos de idade, Rafael Marcos participava de uma oficina de teatro no Jardim Pantanal, zona leste da capital paulista, onde ainda mora.

 

Ele mesmo não sabia, mas esses eventos iriam delinear seu futuro. Atualmente, aos 26 anos, Rafael trabalha como auxiliar de operação na SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco e acaba de ser contemplado com o Prêmio Agente Jovem de Cultura, pelo Ministério da Cultura (MinC), com o projeto Fat Laces, que visa difundir a cultura Hip Hop nos mais diversos locais. “É bem corrido cuidar dessas duas atividades. São trabalhos intensos, que exigem muito de mim”, diz.

 

Antes de fazer parte da equipe de colaboradores da Escola, Rafael trabalhou em uma empresa de telefonia, no departamento de tecnologia da informação da Polícia Militar e até em um banco. “Naquela época, surgiu uma vaga para técnico de luz e som para trabalhar na Cia. de Teatro Os Satyros. Fiquei lá pouco mais de um ano e, depois, vim para a SP Escola de Teatro, no início deste ano”, lembra.

 

Seu contato com as artes do palco começou desde cedo. “Quando criança, eu participava de uma oficina de teatro no meu bairro. Com o tempo, descobri que gostava dessa parte mais técnica e os empregos anteriores me deram experiência para isso”, conta. O ingresso na trupe de Os Satyros é lembrado entre risos: “Um amigo foi assistir à peça ‘A Filosofia na Alcova’, em 2006, e ‘viciou’. Acho que ele assistiu ao espetáculo umas 30 vezes. Numa delas, eu o acompanhei”, ri. 

 

E não eram só Rafael e seu amigo os únicos fãs da companhia no Jardim Pantanal. Outros moradores do bairro também passaram a fazer caravanas para assistir aos espetáculos do grupo. Foi nessa época que a trupe percebeu a demanda e decidiu investir na formação de técnicos na região. Dessa ação também nasceu o que seria o embrião da SP Escola de Teatro. 

 

 Rafael Marcos (Foto: Samara Cirino) 

 

Fat Laces

O projeto, criado em 2009, visa difundir a cultura Hip Hop, levando informação e entretenimento aos seus fãs. “Eu me inspirei no trabalho da Revista SB. Quando ela acabou, ficou uma lacuna para a comunidade,” diz. No início, Rafael não tinha ideia de que o Fat Laces cresceria. “Nós começamos quase como brincadeira. Nós íamos a um evento, eu fotografava, alguém redigia um texto…”

 

Foi então que surgiu o Fat Laces Festival, um campeonato de break dance, além de criação e exposição de grafite e promoção de todos os elementos da cultura Hip Hop. O evento está nos preparativos de sua 6ª edição, com o local e data definidos: a Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro, nos dias 17 e 18 de novembro. “O Festival tem uma atmosfera de celebração. Neste ano, além das tradicionais competições, teremos oficinas de produção de audiovisual e também de fotografia, com profissionais reconhecidos no meio,” adianta Rafael.

 

E sobre o prêmio do MinC, qual a sensação de recebê-lo? “É muito bom realizar um trabalho independente e ser reconhecido. O nosso objetivo é agregar e fortalecer o Hip Hop.” A cerimônia de premiação, ainda neste mês, será realizada em Brasília. “Enquanto ela não chega, o jeito é trabalhar”, brincou Rafael.

 

Texto: Leandro Nunes

 

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