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Panorama das artes; saiba como foram as conversas sobre Humor, Técnicas de palco, cenografia e figurino e sonoplastia na SP Escola de Teatro

Publicado em: 30/03/2022 |

No último sábado, 26, aconteceu a segunda parte do Panorama das Artes, uma atividade pedagógica tradicional do início de semestre do curso técnico na SP Escola de Teatro. Nela, os coordenadores das linhas de estudo apresentam uma perspectiva geral do material de estudo de cada área e também detalhes das respectivas profissões.

Panorama das artes: saiba como foram as conversas sobre direção, atuação, iluminação e dramaturgia na SP Escola de Teatro

Desta vez, foram contemplados os outros quatro campos que fazem parte das oito linhas de estudo da instituição, que são eles: Humor, Técnicas de palco, cenografia e figurino e sonoplastia. Cada aula foi gravada e está disponível na íntegra no YouTube da Escola para conhecimento do público.

Confira abaixo uma prévia do conteúdo de cada palestra:

Técnicas de palco e Cenografia e figurino

J.C. Serroni, coordenador do curso de Cenografia e Figurino e de Técnicas de Palco,  iniciou sua exposição destacando as dificuldades que envolvem a mescla dessas diferentes áreas, as quais contém cada uma sua singularidade. Ele partiu de alguns questionamentos principais para introduzir uma definição do objeto de estudo Cenografia:

“ O que é cenografia hoje? Cenografia é a arte de criar cenários? Decorações cênicas? Pintar? Hoje as definições estão muito defasadas, pois o campo de cenografia, que um dia pertenceu apenas aos palcos de teatro, está muito maior. ”

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Rejeitando clichês como ‘Cenografia é a grafia da cena’, pois ela não é apenas um desenho, mas acontece no palco, o coordenador explica que a área abrange uma série de outras linguagens e, atualmente, permite inúmeras intersecções, que se ajuntam:

“A cenografia inclui todos os elementos que contribuem para estabelecer a atmosfera e  o sentido para a imagética do espetáculo”, pontua.

No entanto, para aprofundar ainda mais tal definição,  Serroni busca definições de grandes nomes e estudiosos do campo, como Josef Svoboda, um dos maiores nomes da cenografia mundial.

Natural da República Tcheca, Svoboda foi, por exemplo, o primeiro a produzir a projeção.  Nesse contexto, o coordenador afirmou:

“Para Svoboda, a cenografia é a interação do espaço, tempo, movimento e luz do palco”.

Já sobre Dorita Hannah, grande estudiosa, arquiteta, cenógrafa e expoente da quadrienal de Praga, ele comenta:

“Para ela, a cenografia é um desenho de papel dinâmico que acontece no palco, orquestrando um ambiente sensorial e visual da performance. ”

Sonoplastia

Quem ministrou a palestra sobre sonoplastia foi Tâmara David, coordenadora interina do curso, que sugeriu uma dinâmica prática para despertar os sentidos dos estudantes, pedindo para cada um fechar os olhos e prestar atenção nos sons ao redor, observando a respiração e a tridimensionalidade no espaço. Adiantando de forma lúdica pontos de atenção da carreira de um sonoplasta, assim, ela partiu das seguintes perguntas: “Como você sentiu ao ouvir estes sons? Qual deles chamou a sua atenção? ”

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Colhendo diversas respostas dos estudantes, a professora trabalhou o conceito de paisagem sonora. Para isso, utilizou a citação de um famoso e importante estudioso da sonoplastia para definir de forma objetiva o termo, concluindo o seguinte:

“Quando se escuta cuidadosamente, a paisagem sonora se torna milagrosa. A qualidade de paisagem sonora é o centro de uma boa educação musical, deve-se sempre existir um equilíbrio entre homem, ambiente e as diversas possibilidades criativas do fazer musical. ”

Logo em seguida, foi trazida para discussão uma questão norteadora não apenas da aula, mas do curso como um todo: O que é necessário para ser um sonoplasta?

“Um sonoplasta deve organizar e manipular diversos sons, diferente de um musicista, pois ele é um artista da cena que contribui criativamente para sua composição. O curso técnico da SP possui alguns pilares que vão permear tal criação criativa, são eles: 1. Dramaturgia sonora (O papel da música no teatro). 2. Repertório (Está pressuposto o ouvido aberto, escutar todo tipo de música). 3. Tecnologia sonora (Estudo das propriedades físicas, manipulação montagem e operação de equipamento). 4. Prática em sonoplastia (laboratórios dentro dos estudos, apropriação de prática com software)”, explicou Tâmara.

Um dos pontos veementemente ressaltados pela coordenadora foi que a sonoplastia é uma outra maneira de compor música. Tal modo está intrinsecamente ligado a forma do teatro, ou cinematográfica, e diferente de um compositor de músicas clássicas, é de praxe que um sonoplasta tenha um grande interesse pela matéria teatral em si.

Humor

Quem ministrou a aula foi Raul Barreto, que iniciou dando um breve panorama das nuances do humor e explicando como funciona o curso de atuação com ênfase em humor da SP. Primeiro, foram estabelecidas algumas funções do humor; segundo o coordenador, esse deve ser de contundência, confrontação ao poder estabelecido, e nunca a favor da ordem vigente, sempre contra.

Ele também trouxe exemplos, como Jerry Lewis e Jim Carrey, que segundo ele quebram muito do preconceito que o humor sofre. O coordenador explica como o humor deve ser inserido nos experimentos; entendendo a possibilidade transformadora que ele possui e sempre tentando impactar o espectador e causar uma mudança no ponto de vista do público. Raul ainda comenta:

“O palhaço está aqui para mostrar o ridículo da realidade, o quão ridículo nós somos. ”

Além disso, é necessário perceber como o riso pode ser um agente de alteração do tecido social e observar a troca de informação sobre o que está acontecendo atualmente e o que ocorreu no decorrer da história do humor no teatro e no cinema.




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