A sala da Secretaria está sempre cheia de aprendizes. Na Sede Brás da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, eles vão até lá para assinar a lista de presença, confirmar aulas e também bater um papo com a secretária Djanira Batista, a “Dja”. Querida por todos, a maranhanse não passa despercebida quando sai pelos corredores. Ela está na Instituição desde a sua fundação, em 2009. “Eu comecei na Recepção e auxiliava em algumas atividades na Pedagogia. Com o tempo, perceberam meu empenho e sugeriram que eu passasse para a Secretaria”, lembra.
E em menos de um ano, Dja já participava da rotina da Pedagogia. “No início, aprendi como tudo, os cursos, cada detalhe do projeto da SP Escola de Teatro”, conta. Sua tarefa diária é atender aos aprendizes. “Eles me procuram para tratar de detalhes das listas de presença, território expandido e tenho de dar atenção. Às vezes me foge um nome da cabeça, mas conheço cada um deles”, revela. E dessa proximidade nasceram várias amizades. “Muitos aprendizes me procuram para contar problemas pessoais e também boas notícias. Eles confiam em mim e eu os ajudo quando possível, mas também dou bronca…”, brinca.
A secretária Djanira Batista (Foto: SP Escola de Teatro)
Antes de fazer parte da equipe da Escola, Djanira formou-se como técnica em enfermagem. Ainda hoje, se alguém se machuca, lá vai ela com a caixa de primeiros socorros fazer um curativo. “ Eu cuidava de pessoas doentes. Hoje, cuido de pessoas vivas, muito vivas e inquietas. É bem interessante acompanhar o progresso e a carreira de aprendizes tão criativos. Na Escola, aprendi a me relacionar com muita gente diferente. Eles são quase como meus filhos”, diz.
Entre planos e sonhos, ele pensa por um momento e diz, saudosa: “Tenho muitas coisas estruturadas na minha vida. Quero continuar aqui e, nas minhas férias, visitar minha terra…” De repente, sua fala é interrompida: “Dja!”, chama uma aprendiz com uma folha nas mãos. “Só um momento, querida”, responde a secretária, que emenda: “Agora é meu momento de celebridade”. E a sala se enche de risos.
Texto: Leandro Nunes
