Hoje (28), os aprendizes de Humor, Dramaturgia e Direção receberam uma divertida visita na Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. Durante toda a manhã, a atriz, professora e pesquisadora Angela de Castro contou sua trajetória de 18 anos dedicados ao estudo da arte do Clown.
Angela estreou no espetáculo “Macunaíma”, de Antunes Filho. O trabalho rendeu-lhe o Prêmio Molière de Atuação. Mais tarde, mudou-se para Londres e participou de “Snowshow”, com o ator russo Slava Polunin, e de festivais pela Europa. “Morei por dez anos na Inglaterra e encontrei espaço para aprender a trabalhar a linguagem específica do clown. Lá, participei de um circo durante quatro anos, boa parte do tempo viajando por outros países”, contou.
Na França, estudou na Ècole International de Théâtre Jacques Lecoq e na L’École Molière, onde aprofundou sua pesquisa em clown. Durante a estadia, participou dos grupos Mummerandada, The Right Science e fez turnê com The Gift.
Angela de Castro durante bate-papo com os aprendizes (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)
Já em terras brasileiras, Angela ministrou a oficina “A Arte da Bobagem”, no Festival Internacional de Londrina, em 1999. Criadora do clown Souza, ela explica seu método: “É preciso encontrar o estado do palhaço, sintonizar como uma estação de rádio e depois tentar manter sintonizado. Aí, sim, você pode começar a trabalhar”.
Nesse processo, ela anuncia que a imaginação e a solidão são importantes materiais para se construir a personagem: “Hoje existe uma tendência ao palhaço contemporâneo, que mistura trabalho convencional do ator com o clown. O palhaço tem várias linhas e não só o circo”, afirmou.
Na busca por uma formação específica, Angela fundou o Contemporany Clowning e The Why Not Institute, em Londres, além de desenvolver um método de ensino para educadores e pedagogos. Sua principal premissa é realizar um aprendizado com o erro, e não basear a eficiência do ensino apenas no acerto.
Texto: Leandro Nunes
