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Unindo cinema e teatro, peça sobre a tragédia de Mariana entra em cartaz na Roosevelt

Publicado em: 06/07/2017 |

Montagem usa projeção de cenas gravadas e editadas ao vivo. Foto: Divulgação
 
 
Em 2015, o Brasil viveu sua maior tragédia ambiental, com o rompimento de duas barragens na cidade de Mariana (MG), matando 19 pessoas e deixando centenas feridas e desabrigadas. O caso – cujo julgamento dos culpados ainda se arrasta na justiça brasileira – é a questão central do novo espetáculo da Ordinária Companhia, em cartaz de 8 a 31 de julho na sede Roosevelt da SP Escola de Teatro. 
 
“Os Atingidos ou Toda Coisa que Vive É um Relâmpago”, com sessões aos sábados, domingos e segundas, tem direção e texto de José Fernando Peixoto de Azevedo, e foi montado a partir de um processo de entrevistas feitas pelo grupo na região atingida pela lama das barragens.
 
A peça reúne relatos de sobreviventes com foco na situação desoladora em que ficou Mariana após a tragédia. No texto, Peixoto levanta questões sobre os aspectos e as consequências sociais, econômicas e ambientais, questionando se o ocorrido foi um acidente, desastre ou crime. O dramaturgo também mergulha na história da região, que já havia sofrido com deslizamentos menores nos anos 1980, bem como no histórico de exploração da rota do ouro e de minérios em Minas Gerais.
 
Dispositivo
 
O espetáculo é criado a partir de um jogo de cena em que são utilizados recursos de audiovisual que interferem no trabalho dos atores. O teatro e o cinema se unem para criar uma estética que constrói no palco uma espécie de filme de suspense ao vivo. 
 
Para isso, os atores se dividem entre um estúdio fictício (gravam e editam materiais que são projetados ao público) e a cena em que interpretam as situações narradas. Essa linguagem característica já foi trabalhada no espetáculo Zucco (2013).
 
A proposta é criar um teatro-filme a partir do deslizamento entre os pontos de vista e perspectivas. Durante a pesquisa, filmes de Alfred Hitchcock, David Lynch e o recente Corra!, de Jordan Peele, serviram para absorver os artifícios de suspense inseridos na encenação.
 
 
Os Atingidos ou Toda Coisa que Vive É um Relâmpago
Quando: de 8 a 30 de julho; sab., às 21h; dom., às 20h; e seg., às 21h
Onde: Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro (praça Roosevelt, 210, Centro)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)

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