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Confira um panorama geral do 1º Colóquio da Mostra de Estudantes da Quadrienal de Praga 2023

Entre os dias 21 e 23 de novembro, aconteceu o 1º Colóquio das Traquitanas À Automoção da Mostra dos Estudante da Quadrienal de Praga de 2023 , transmitido pelo canal do Youtube da SP Escola de Teatro. As mesas de discussões fizeram parte da programação especial que antecedem a Quadrienal, considerado o evento mais importante da cenografia mundial, realizado a cada 4 anos na capital da República Tcheca, desde 1967.

O evento tinha como objetivo abordar temáticas que iam do barroco ao moderno e falar sobre o desenvolvimento da máquina cenográfica ao longo dos anos. Anteriormente seus movimentos eram feitos manualmente e com o engenho na criação de traquitanas e o desenvolvimento da tecnologia, surgiram novas possibilidades de criar a imagem teatral. A tecnologia cênica ou a cenotécnica está para a cenografia como uma ferramenta ao desempenho, execução e manejo cuja excelência depende que a técnica opere suas possibilidades expressivas.

Na primeira mesa mediada por Guilherme Bonfanti, coordenador de Iluminação  da SP Escola de Teatro, ele comentou também como a arte da luz vem expandindo seus horizontes para a construção de traquitanas ou mecanismos ultrassofisticados para ser uso na cena e para as cenas, a partir de um diálogo existente com a cenotecnia.

O tema do primeiro dia era Tecnologia na Cena e abordou a discussão sobre em que medidas as transformações tecnológicas na cenografia teatral podem ser uma evolução ou um empecilho para a expressividade da cena. Márcio Tadeu, pesquisador na UNICAMP e parceiro da SP Escola de Teatro, iniciou o colóquio aproximando sua fala na questão das tecnologias em cena, através dos espaços cênicos, desde o renascimento italiano. Ele abordou como esse período foi a propulsão das casas de máquina e como a sala italiana avançou rapidamente com as questões de proposição cenográficas.

A segunda convidada foi Paula Di Paoli, que é formadora convidada da SP Escola de Teatro nos cursos de Cenografia e Técnicas de Palco, e ela trouxe para a discussão o termo cenografia portáteis, explicando que o portátil seria como uma abordagem recente que carrega o sentido de “é trazido de movimento”. Ela argumentou também que a construção técnica criativa não é uma reflexão especulativa e abstrata, mas uma reflexão material e concreta.

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A terceira e última convidada da mesa foi Bruna Christófaro, professora da Universidade Federal de Ouro Preto, onde leciona Cenografia e Caracterização, e ela expôs a possibilidade de constatar na história do teatro que a técnica e a tecnologia sempre estiveram presentes, pois para ela, o teatro é um meio para o uso das tecnologias que aparecem na sociedade e essas novas tecnologias influem e alteram a percepção do espaço pelo espectador e também altera a presença do ator no palco. Por ser pesquisadora, ela se interessa em investigar como a introdução desses recursos multimídias na cena afetam a elaboração e a compreensão do espaço cênico contemporâneo, observando-se que não é exclusivamente passiva a posição de sujeito diante desses dispositivos.

O segundo dia, 22, teve como tema Poéticas e Automação – Possibilidades na Cenografia, que foi mediado por Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro.

O objetivo da mesa era entender quais traquitanas ou acessórios improvisados são também elementos poéticos que podem levar ao universo mágico dos espetáculos teatrais. A pesquisa de traquitanas é o que leva ao conhecimento do uso e do manuseio e a repetição desses procedimentos é que podem levar a um sistema de automação.

A noite começou com Ezia Neves, que orientou a proposta de figurino da Escola de Teatro, e propôs uma fala mais voltada para a poética do que é automação ao falar de uma tradição em Belém do Pará que se chama “Rainha das Rainhas do Carnaval”, um evento ligado ao carnaval, mas que é muito peculiar para a região. Ela mostrou essa história para mostrar como a traquitana no figurino está muito inserida nessa festa.

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O segundo convidado foi Tiago Bassani, que já participou da PQ de 2015 na seção dos estudantes, e compartilhou uma experiência que teve no oeste da Bahia ao conhecer Seu Limiro, um artista local de Santo Antonio que faz traquitanas de maneira muito elaborada, as quais ele dá o nome de “aparências” e como o uso desse termo abre para compreender o processo de criação desse artista.

O terceiro e último convidado foi Marcello Girotti, que já orientou obras audiovisuais de cenografia selecionada para a Mostra de Estudantes da PQ de 2019. Diferentemente dos outros dois palestrantes, ele levou sua apresentação para uma trajetória pessoal a partir de traquitanas e proposições de mecanismos cênicos ao recordar quais foram suas vivências e experiências com traquitanas no campo do teatro.

O colóquio finalizou com a mediação de Telumi Helen, formadora do curso de Cenografia e Figurino da SP Escola de Teatro, na mesa que tinha como objetivo discutir como o desenvolvimento tecnológico pode e deve ser aplicado com bom senso para que não transforme o teatro em algo só matemático num apertar de botões, com o tema Tensões e Confluências entre a Tradição e Transgressão na Criação Cenográfica.

O primeiro convidado foi Fernando Marés, que participou na Quadrienal de Praga em 2015 da mostra Países e Regiões. Ele começou sua fala relembrando a exposição de Bassani para contextualizar sua abordagem sobre alguns “Seus Limiros” dos século XVI, que eram cenógrafos e que inventaram traquitanas e máquinas para o teatro. Pois, para ele, é importante notar a relação da tradição e da transgressão dentro de uma temática muito contemporânea.

A segunda convidada foi Helô Cardoso, que é artista visual colaboradora da SP Escola de Teatro, que escolheu comentar sobre a sua pesquisa “Ator-Escultor de personagem à máscara”. Ela evidencia a sobrevivência do teatro durante a pandemia em se tratando da tecnologia, mas defende que a tecnologia do teatro é sensível, por trabalhar sempre com o coletivo das pessoas que trabalham todas juntas, pois são muitos elementos na cena que precisa-se pensar, e como a máscara, principalmente está sempre ligada a todos os elementos de cena.

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A terceira convidada foi Rosana Rocha, estudante egressa em Cenografia e Figurino da SP Escola de Teatro, e abordou a sua pesquisa voltada para a videoarte, principalmente na década de 60 e 70 no Brasil, verificando a chegada das primeiras câmeras filmadoras, chamadas portapacks, e como os artistas visuais compartilhavam da mesma câmera foi-se criando uma estética. Em outra pesquisa, orientada por J. C. Serroni, verificou como é possível trabalhar as artes plásticas dentro do contexto tecnológico da cenografia.




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