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Artistas egressos da SP Escola de Teatro reestreiam na trans-ópera verbatim Cânticos dos Imigrantes, do grupo Nuo Opera Lab

Publicado em: 24/10/2022 |

Foto: Luciano Osorio

Nos dias 5 e 6 de novembro, o NUO Ópera Laboratório reabre sua sede, o Espaço Núcleo, após a pandemia da covid-19 com o espetáculo Cânticos dos Imigrantes. Com os ingressos já esgotados, o grupo abriu uma data extra no dia 13 de novembro.

O NUO Ópera Lab nasceu em 2004, atuando em teatros de ópera e convencionais do circuito teatral e desde 2014, reside no bairro do Ipiranga na cidade de São Paulo. É composto por cantores/atores, sendo dois deles artistas egressos da SP Escola de Teatro, Rafael Arruda e Tony Budnikas, instrumentistas, dançarinos e é dirigido por Paulo Maron, maestro das produções e o responsável pelas dramaturgias.

Rafael Arruda fez o curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro de 2018 a 2020, momento em que foi dramaturgo em três trabalhos da Escola: Amélia ou (o imperscrutável predicado da hipocrisia), no Módulo Vermelho/2018; Vermelhinha, no Módulo Verde/2019 e 960H, no Módulo Amarelo/2019. Ator formado pelo Célia Helena, também organizou o Primeiro Festival de Dramaturgia: Jornadas Heroicas Possíveis, com outros estudantes egressos da SP Escola de Teatro. Atualmente, faz trabalhos com o NUO Ópera Lab: A Ópera do Improviso, Vol II; A caixa de Haendel – uma ópera documentário; Julgamento com Júri e Pennon – a verdadeira história de Antônio Mathias Grünwelt, as duas últimas peças-filme, experiências audiovisuais propostas pelo grupo durante o período de isolamento social devido à pandemia de COVID-19.

Tony Budnikas fez o curso Técnicas de Palco da SP Escola de Teatro e se formou em 2012. Quando estava na Escola, fez estágio como técnico pela Dell’Arte Produções Artísticas, nas produções The Infernal Comedy, estrelando John Malkovich, e O Lago dos Cisnes, da companhia russa Ballet Mariinsky, ambas em 2011 no Theatro Municipal de São Paulo. Foi também assistente de cenografia da cenógrafa Laura Carone em Fogo Fátuo, texto de Samir Yazbek e direção de Antonio Januzelli, e O Incrível Dr. Green, texto de Gisela Marques e direção de Ricardo Severo, ambas em 2012. Entres seus trabalhos recentes, tem destaque como dramaturgo e diretor, em A Rainha da Dança (2016) apresentado no Espaço Núcleo e no Festival Satyrianas do mesmo ano; como técnico e dramaturgo em Koserê – Poéticas Negras, apresentado no Espaço Núcleo em 2015, direção de Angélica Menezes; como ator integrante do Nuo Ópera Lab desde 2018, em Dançando com a Morte (2018), A Ópera do Improviso Vol II (2019), as produções pandêmicas Mensagem do Futuro (2020) e O Assalto (2021), ambas disponíveis no YouTube, e a reestreia de Cânticos dos Imigrantes com texto e direção de Paulo Maron, no qual já teve participação em 2019.

O objetivo do Núcleo, além de levar um tipo diferente de performance para um grande número de pessoas, é se preocupar em abordar temáticas que dialogam com as principais questões sociais do cotidiano, sem abrir mão de narrativas do lirismo, drama e comicidade. Seus trabalhos se concentram em experimentações com um tipo de teatro que reúne vários gêneros, incluindo a ópera e desta forma que eles denominam suas produções como trans-ópera, o que seria um tipo de produção que une de forma transdisciplinar todas as áreas que podem compor a cena teatral.

Com Cânticos dos Imigrantes, o grupo vai além de suas experimentações e traz pela primeira vez ao mundo uma trans-ópera verbatim. O Teatro Verbatim, que surgiu na Inglaterra nos anos 90, é uma forma de teatro documentário no qual a dramaturgia é construída a partir de depoimentos reais, na maioria das vezes gravados, e que são reproduzidos fielmente pelos atores e atrizes, palavra por palavra (significado da palavra latina verbatim), através de um ou mais fones de ouvido.

Artista Rafael Arruda no Cânticos dos Imigrantes. Foto: Divulgação

Para compor a dramaturgia do espetáculo autoral, a temática escolhida pelo NUO foi sobre os imigrantes. Para isso, colheram depoimentos de imigrantes de diferentes lugares e períodos que vieram ao Brasil, sendo que a maioria já está aqui há mais de 5 anos. As entrevistas foram gravadas a partir de três perguntas que guiaram as histórias: Por que escolheram o Brasil para viver?; Como foi a viagem até este país? e Como foi o primeiro dia em terras brasileiras?

A montagem também propõe improvisos vocais com frases e palavras ditas nos depoimentos e canções de diferentes origens, épocas e idiomas, que vão desde o francês ao aramaico, passando por italiano, espanhol, tcheco e árabe. Emocionando o público, o teatro experimental traz reflexões sobre a vida de um imigrante e de todos os problemas que enfrenta ao chegar em terras estrangeiras, incluindo a convivência com um idioma que desconhece.

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Além da reestreia do espetáculo presencialmente, o NUO Ópera Lab também está com um projeto que se chama Os Sete Machados, uma produção em que consiste na adaptação de sete contos do escritor Machado de Assis para a ópera. Com a pandemia da covid-19, o grupo aproveitou os recursos digitais para realizar suas produções como esquetes e pequenas trans-óperas disponibilizadas gratuitamente em seu canal do Youtube. Quanto ao espaço físico, em que ocorriam os ensaios e as apresentações, se tornou, no tempo de confinamento, um set de filmagens para as produções. Dentro deste contexto, cada integrante do grupo gravou os sete contos separadamente no começo deste ano. Até hoje já foram disponibilizados cinco deles, sendo que o último, O Esqueleto, foi divulgado no começo do mês de outubro. Ainda restam Um homem célebre e Trio em la menor.

Serviço:
Cântico dos Imigrantes
Quando: 5/11 às 20h, 6/11 às 19h e 13/11 às 19h
Onde: Espaço Núcleo – Rua Belas Artes 135 (metrô Alto do Ipiranga)
Ingressos: coloque seu nome na lista pelo contato (11)93952-9748
Valor: Pague quanto achar que vale ao final da apresentação




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