Abel Xavier, artista docente do curso de humor da SP Escola de Teatro, divulga a peça Mirar Quando os Olhos se Levantam, em cartaz no Teatro Cacilda Becker até 17 de abril, às sextas e sábados, às 21h, e domingos às 19h. O espetáculo busca inspiração no livro de Augusto Boal, Crônicas de Nuestra América (1978), e leva o público por uma viagem cultural por alguns países latino-americanos. Os ingressos são gratuitos e podem ser adquiridos 1h antes do espetáculo.
Com dramaturgia e direção de Jé Oliveira, esta é a criação mais recente do Coletivo Labirinto e integra o projeto de encerramento da ação “Histórias de Nossa América”. A obra de Boal que serviu de mote para a peça aborda questões sociais e políticas pelo ponto de vista do cidadão comum, o anônimo habitante das cidades sul-americanas. Além disso, o coletivo Labirinto trouxe um diálogo entre a realidade da década de 1970 e a atualidade, pautando as muitas crônicas de um continente tão marcado pelos múltiplos saques históricos e contradições.
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Em sua poética cênica, o experimento busca fazer uma mescla de musicalidade, símbolos visuais latinos e a palavra. O diretor explica que o processo criativo levantou cenas que buscassem um mapeamento de acontecimentos sínteses de uma relação verificável e sintomática do nosso modo de se portar no continente latino-americano. Jé Oliveira ainda pontua o objetivo central desse posicionamento explicitando a temática tratada:
“Mirar Quando os Olhos se Levantam procura reconhecer, integrar e efetivar, seja no campo do simbólico ou no campo concreto das possibilidades, um movimento de “tirar os olhos do Atlântico”, assim como quem busca contato, arribando as vistas, mirando e elaborando um gesto cênico de ação para a construção de um pertencimento mais efetivo. ”
Abel Xavier
Abel Xavier é profissional da área de Artes e Educação, bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e com Licenciatura plena em Artes pelo Centro Universitário Belas Artes e em Pedagogia pelo Centro Universitário Claretiano. Especialista em Gestão de Projetos Culturais pela Escola de Comunicação e Artes (ECA/USP); Mestre em Artes da Cena pela Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH). Doutorando em Educação (FE-USP), com pesquisa sobre a questão da presença cênica, tendo Paulo Freire como principal referência.
Trabalha com arte educação e formação profissional em teatro desde 2008, em estágios orientados dentro da Unicamp. Foi orientador pedagógico da Associação Cultura Franciscana na área de Códigos e Linguagens, de 2009 a 2015. Foi professor de teatro do Centro Livre de Artes Cênicas CLAC – de São Bernardo do Campo de 2012 a 2016. Atuou também como orientador artístico na Casa do Teatro e assistente de coordenação da Escola Superior de Artes Célia Helena. Foi professor de Artes na Educação Básica por mais de dez anos, lecionando em todos os segmentos de ensino. Faz parte do Coletivo Labirinto desde 2012 onde, como ator, pesquisa e atua sobre a dramaturgia latino-americana contemporânea. Atualmente o grupo se debruça sobre a pesquisa “Histórias de Nossa América”, amparada pela Lei de Fomento à cidade de São Paulo. Desenvolve pesquisa na área de Pedagogia do Teatro, inclusive com publicações na área.
