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À Luz de Novas Provocações

Publicado em: 06/07/2012 |

Mais uma parte da terceira edição da A[L]BERTO, a revista da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, foi elaborada na manhã de hoje (6). Da Roda de Conversa “Iluminação Cênica”, realizada na sede Roosevelt da Instituição, sairá o novo artigo da seção Ponto de Convergência, que compõe o novo número da publicação, com lançamento previsto para o final deste ano.

Coordenada pelo iluminador  Guilherme Bonfanti, que também responde pela coordenação do curso de Iluminação da Escola, o encontro teve a participação de outros três profissionais da área: Cibele Forjaz, Fábio Retti e Alessandra Domingues, que conduziram a discussão sobre subtemas variados dentro do universo da luz, como técnica, estética, formação, pesquisa, trabalho em grupo, trabalho no mercado, e, finalmente, novas tecnologias.

“O projeto de formação em Iluminação na Escola abriu espaço para podermos dialogar, sistematizar ideias e refletir sobre este fértil e tão pouco explorado universo da iluminação cênica no País. Pretensões à parte, vislumbro a possibilidade de juntarmos pessoas que queiram e vejam a importância dessas ações. Muito já se fez na iluminação brasileira, mas pouco se refletiu sobre o assunto. A literatura é insuficiente e as discussões inexistem”, comentou Bonfanti, sobre a natureza do projeto.

 

Depois de apresentar cada um dos participantes, falando um pouco sobre suas respectivas carreiras e a forma como os conheceu, o coordenador passou a lançar perguntas direcionadas a eles. De início, questionou sobre a identidade do light designer (ou criador de luz) e o que o caracterizaria. “A luz é uma articuladora de tempo e espaço. O light designer é o responsável por cuidar dessa articulação. É aquele que tanto desenha a luz que compõe o espaço cênico, quanto contribui na construção da trama”, respondeu Cibele.

 

A diferença entre os criadores de luz e aqueles que atuam em função basicamente técnica foi outro assunto explorado. Para elucidá-lo, os integrantes da Roda falaram sobre o desenvolvimento da profissão, que teve seu primeiro representante oficial apenas nos anos 60, com Jorginho de Carvalho. Junto a isso, foi abordada a falta de material de referência de iluminação no Brasil.

 

O trabalho de iluminação desenvolvido pelos grupos de teatro foi outro dos temas tratados, para o qual os participantes se valeram de suas experiências profissionais com coletivos teatrais. 

 

Uma das principais discussões, no entanto, girou em torno do emprego de novas tecnologias na iluminação cênica. “Sinto que a luz no teatro ainda é muito tradicional. O que as tecnologias significam na cena?”, perguntou Bonfanti, gerando um produtivo diálogo. 

 

 

Da esq. p/ a dir.: Fábio Retti, Guilherme Bonfanti, Cibele Forjaz e Alessandra Domingues (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

 

Enquanto Retti se mostrava mais cauteloso quanto às novas tecnologias, alertando que elas “exercem um fascínio muito grande, mas corremos o risco de ficarmos reféns dos equipamentos”, Alessandra se posicionava totalmente a favor: “Adoro tanto a tecnologia quanto o artesenal. Penso que não dá para ter preconceitos”, afirmou.

 

Com o final do encontro se aproximando e ainda muito assunto para ser discutido, Bonfanti fez apontamentos e questões específicas sobre as trajetórias dos participantes e a forma como suas experiências e pesquisas influenciaram suas criações.

 

“Acho iniciativas como essa muito importantes. São fundamentais para o crescimento coletivo dos criadores e pensadores de luz. Poucas vezes temos oportunidades de conversas como essas”, observou Retti.

 

Ivam Cabral, diretor executivo da Escola, também considerou a ação importante e única no País. “Encontrar espaço para a discussão, especialmente quando se pensa que essa Roda de Conversa foi realizada em uma sexta-feira de manhã, é fantástico. Imaginar que esse espaço pode ser construído dessa forma é ímpar e justifica o projeto da Instituição”, finalizou.

 

 

Texto: Felipe Del

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