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100 anos da semana de 22: A emoção estética na arte moderna, de Graça Aranha

Publicado em: 07/02/2022 |

A semana de arte moderna de 1922 foi um dos pontapés iniciais que serviriam de base para um novo modo de fazer e pensar as artes. É considerada um verdadeiro divisor de águas na cultura brasileira. Os conceitos e sugestões trazidos nesse evento reverberaram por muito tempo, existem estudiosos que afirmam que o período modernista se estendeu até 1980!

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Para entender as propostas da Semana de Arte Moderna, podemos relembrar algumas das conferências que foram chave e resumiram o ideário da época. Uma delas foi a Emoção Estética na Arte Moderna, de Graça Aranha.

Graça Aranha foi romancista, ensaísta, dramaturgo e diplomata. Formado pela Faculdade de Direito de Recife, ele trabalhou por um tempo como diplomata na Europa, onde acompanhou as muitas vanguardas artísticas. Fez parte da fundação da Academia Brasileira de Letras (ABL), no entanto, foi rejeitado quando tentou introduzir os preceitos modernistas na literatura brasileira, por isso rompeu com a instituição em 1924.

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Graça Aranha foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, e na sua abertura ele proferiu o discurso ‘A emoção estética na arte moderna’! :

“Para muitos de vós a curiosa e sugestiva exposição que gloriosamente inauguramos hoje, é uma aglomeração de “horrores” (…) Outros “horrores” vos esperam. Daqui a pouco, juntando-se a esta coleção de disparates, uma poesia liberta, uma música extravagante, mas transcendente, virão revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado. Para estes retardatários a arte ainda é o Belo.”

O discurso do artista é muito representativo, pesquisadores afirmam que essa conferência lança as bases do evento modernista! Nela o autor retoma um pouco das ideias centrais de seu último livro, lançado pouco tempo antes da Semana, A estética da vida (1921). Segundo estudiosos, muitas das ideias trazidas nessa obra denunciam o contato do escritor com correntes francesas e artistas expoentes da vanguarda europeia como Guillaume Apollinaire, Ozenfant e Le Courbusier. Um dos temas tratados pelo autor foi o conceito de beleza, ele explica que o belo também consiste na alegria da emoção, e uma das suas conclusões é a de que se o moderno alegra pela emoção ele é belo.

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Graça Aranha também é considerado um pré-modernista, ou seja, foi uma das personalidades que já trabalhava muitas ideias do movimento antes dele se concretizar, isso é ilustrado por seu romance Canaã (1902). Outras obras importantes do autor foram Malazarte (1911), O espírito Moderno (1925) e Futurismo (1927).

 

Por Letícia Polizelli




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