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Zezé Motta por Rodrigo Murat

Publicado em: 01/08/2013 |


A atriz e cantora Zezé Motta, homenageada na seção Bravíssimo desta semana

*Apresentação do livro “Zezé Motta – muito prazer”, escrito por Rodrigo Murat para a Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, lançado em 2005
(para ler a obra, na íntegra, clique aqui)

Zezé não pára. Entre uma ida a Gramado, onde foi jurada do Festival de Cinema, um pulo a São Paulo para palestrar sobre “Igualdade” a funcionários de uma instituição financeira e duas viagens ao exterior, a Angola – para show com Luiz Melodia – e a Cabo Verde – para filmar com Francisco Manso –, ela sentou-se diante do gravador para contar sua história.

Era uma vez…

Não, a história de Zezé não combina muito com era uma vez, embora tenha seu toque de fadas. A menina nascida em Campos, trazida pequena para o Rio de Janeiro arquetípico dos anos 40, trocou a abóbora pela carruagem no dia em que colocou o pezinho no palco e pensou: “Ai, que delícia!” (risos)

A rubrica (risos) poderia acompanhar todo o corpo do texto de sua biografia, ao final de cada parágrafo. Porque Zezé é assim: um parágrafo e um riso, um parágrafo e um riso. Em estilos diversos: graves, agudos, jocosos, meigos, cúmplices, revigorantes.

Os amigos de Zezé garantem que seu sorriso emite ondas de tranquilidade. Quem faz a tal da zezeterapia mantém-se adepto. Não à toa, Guto Graça Mello e Naila Scorpio compuseram a música “Vitamina Z”: “Não duvide bula / agite antes de usar / eu fui feita pra você / sou sua vitamina Z”.
 
Canceriana mística, Zezé atribui sua força a Oxum. Prosear com ela é reencontrar Xica, Dandara, Lulu Kelly, Titina, Paula, Dorinha, Nossa Senhora, Condessa de Almaviva, Crioula, tantas e tantas personas que a nossa cantoratriz encarnou ao longo de uma carreira que ainda promete dar o que falar.
 
Agora mesmo está pré-indicada ao Nobel. De mil mulheres a quem o prêmio resolveu prestar homenagem, 33 são do Brasil e Zezé está entre elas. Onde ela vai parar, ninguém sabe. Como diz a canção “Pecado original”, de Caetano: “A gente nunca sabe mesmo / o que é que quer uma mulher”.
 
Zezé afirma buscar personagens nas músicas que canta. É incrível a história acerca da interpretação de “Postal de amor”, assim como um episódio do filme “El mestizo”, rodado na Venezuela.
 
As histórias de Zezé impressionam, ora pela carga de normalidade ora pelo quê de inusitado. Pois Zezé é assim: uma diva espontânea, complexamente simples, iluminada pela própria natureza e não por artifícios exteriores.
 
Vocês podem pensar que eu estou puxando brasa para a sardinha do livro, ou rasgando seda para a minha entrevistada, mas uma coisa é certa: o aplauso para Zezé nasce puro, como um refluxo da alma.

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