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Veja como foi a passagem de Patricio Ruiz, premiado dramaturgo argentino, pela SP Escola de Teatro

Publicado em: 03/05/2022 |

No último fim de semana, dias 29 e 30 de abril, sexta-feira e sábado, a SP Escola de Teatro recebeu como artista convidado de Extensão Cultural o dramaturgo e ator argentino Patricio Ruiz. O evento, que contou com uma mesa de discussão, um workshop e um espetáculo-performance exclusivo, ocorreu em função da integração cultural latino-americana, sobretudo entre Argentina e Brasil. A ação foi realizada pelo setor de Extensão Cultural e Projetos Especiais em parceria com Relações Internacionais, a ADAAP (Associação dos Artistas Amigos da Praça) e Selvática Ações Artísticas e MIC 22 – Mostra Internacional de Cabaret.

O diretor executivo da instituição, Ivam Cabral, celebrou o sucesso da residência internacional, e pontuou a importância do contato da escola com diferentes nacionalidades e culturas:

“Patricio Ruiz promove conexão entre dois países irmãos por meio das artes cênicas. Após o diálogo com a Selvática Ações Artísticas, em Curitiba, no Paraná, é a vez dele de promover essa integração cultural também em São Paulo, na SP Escola de Teatro”.

O artista, que também é escritor, intérprete, ator e bailarino, já venceu diversos prêmios, entre eles o prêmio principal del Fondo Nacional de las Artes, Premio Germán Rochenmager, Prêmio Estímulo de PROA, Bunge y Born y Diario La Nación, prêmio principal do Potencia y Política del Congreso de la Nación Argentina, entre outros.

Confira um balanço geral do que ocorreu no evento:

Mesa de discussão

No dia 29, às 19h30, aconteceu a mesa de discussão com o tema Performatividade Hermana – O Teatro Como Ponte entre Argentina e Brasil, além de Patricio Ruiz também estiveram presentes a diretora Malú Bazan e o ator Juan Manuel Tellategui, ambos argentinos radicados no Brasil. No encontro, os participantes compartilharam suas trajetórias, revelando como foi a construção de uma carreira no meio cultural brasileiro e trouxeram mais de suas experiências nesse processo de convergência artística entre os dois países. Além disso, também foram abordados aspectos práticos do fazer teatral, nesse contexto Ruiz comentou a relação intrínseca entre a representação e o ordinário:

” A performance tem que vir com o povo, com o cabaré, com o ridículo. Quando você atravessa fronteiras, você está performando, eu lembro bem dessa minha experiência. Às vezes nem sabemos que estamos performando. ”

Já para Malú, a arte teatral tem um forte viés social:

“Falar de teatro é falar de política, de artes plásticas, de sociedade, voltar para o país onde eu nasci.”
A diretora explicou que o teatro é uma literatura que gera luz e ação, e também passa pela dramaturgia do corpo do ator, trânsitos que são muitos importantes. Nessa conjuntura, foi discutida a força transgressora que possui o teatro. Ruiz relembrou um ato performático e revolucionário feito em uma de suas oficinas, no qual as atrizes tiraram suas roupas e nadaram na fonte central de uma cidade local, na Argentina. Além disso, foi pautado o método de tradução e as diferenças e semelhanças históricas e sociais que envolvem o estudo de dramaturgia de um país para outro, sobre isso ele comentou:

“Estou sempre em briga para não ficar preso a um totalitarismo, a ideia de uma única estrutura, tal como a história, o feminismo, o ‘acontecer bixa’. Sempre há uma ideia de singularidade, mas também de unidade, e dramaturgias originais criam novas linguagens, então essa mitologia cria uma nova língua que traz essa multiplicidade.”

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Workshop

A tarde do sábado (30) foi de Workshop; o dramaturgo Patricio Ruiz comemorou o sucesso da oficina e o engajamento dos alunos. Foram trabalhadas técnicas para o desenvolvimento da arte de protesto, com o objetivo inicial de reformular a maneira como os estudantes se manifestam, discursam e reivindicam como indivíduo e grupo. A Arte do Protesto pensa em atacar o sentido a partir de sua unidade mínima: a imagem, tanto individual quanto coletivamente. Foi pensando nisso que o curso foi desenvolvido, nele os participantes puderam experimentar o encontro de seus corpos uns com os outros e com o espaço público com a finalidade de criar imagens, entendendo-as como unidades mínimas de sentido, que fogem da lógica da normalidade.

No fim da aula, os estudantes realizaram uma performance ao livre, na qual puderam mostrar ao público o que haviam aprendido. Durante o minicurso foi criado um espaço de prática que propõe a corrupção do significado através do corpo, da instalação e das palavras. Para isso, os estudantes aprenderam ferramentas das artes cênicas, visuais/drags/performativas e de escrita, que poderão ser utilizadas em suas próprias práticas e apresentações.

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Espetáculo-Performance

O último evento da residência foi a apresentação do espetáculo Lama, que desafiou e surpreendeu o público com a originalidade de sua temática. Com a premissa “Ponha as mãos na lama, nesta terra arrastada que nos prometemos”, o autor chamou os espectadores para participar desse processo de se enlamear, atentando para a possibilidade inusitada de encontrar um mote criativo nessa atitude: ‘Seja sujo, doente, imundo, nojento, forme figuras com esse curso atormentado. A lama como a sujeira que amamos. Como um deleite para a criação.’

 

Confira imagens da residência:





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