Criatividade e versatilidade parecem ser duas das principais cartas na manga de Maria Shu, ex-aprendiz de Dramaturgia da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, que acaba de concluir o ciclo de quatro Módulos do Curso Regular. Depois de assinar o texto de “Cabaret Stravaganza”, espetáculo encenado por Rodolfo García Vázquez, da Companhia de Teatro Os Satyros, seu trabalho mais uma vez é reconhecido, desta vez com o prêmio do Concurso Cultural Histórias de Infância, promovido pelo Museu da Pessoa.
Maria Shu (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)
A proposta do concurso era que os participantes escrevessem um conto infantil, narrando alguma experiência interessante desta fase da vida. Sendo assim, a dramaturga, aceitando o desafio, transferiu para o papel suas lembranças. Nascia, então, “Inocência Mastigada”.
“Escrevi o conto baseado em um episódio que vivi quando era pequena. Nele, coloco uma visão da época da ditadura militar, porém, sob a ótica que eu tinha naquele período, como uma criança enxerga esse tipo de situação”, explica Maria Shu, que terá, em breve, seu texto publicado pela instituição.
Da esfera dramática para a infantil, da dramaturgia a literatura. Essas transições de estilo não são raras na trajetória da artista. Em outras oportunidades, já chegou a ser premiada até em concurso de haicai, uma forma de poesia tradicional da cultura japonesa.
Segundo ela, arriscar-se em diferentes estilos sempre foi um de seus principais objetivos. “Gosto de escrever desde cedo. Procurei, durante toda minha carreira, testar meus limites, independente se aquilo vai me trazer prêmios ou não, encaro como uma consequência natural. Quando me aventuro em uma nova área, me interessa muito entender a estrutura específica daquele tipo de texto, são universos completamente diferentes e singulares.”
E, ao que parece, Maria Shu não vai parar por aí. Ela conta que, atualmente, está envolvida em um novo projeto para uma comédia, da qual participa Mario Viana. Agora, é aguardar para ver essa artista explorar novamente suas fronteiras e consolidar seu nome com palavras e mais palavras.
Texto: Felipe Del
