Se a maneira como o espectador teatral se relaciona com os espetáculos vem se alterando ao longo dos séculos, cabe aos professores e pesquisadores investigar o tema. E é exatamente isso que o Prof. Drº Flávio Desgranges faz no livro “A inversão da olhadela – alterações no ato do espectador teatral”, cujo relançamento aconteceu na manhã de sábado (15), na Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.
Desgranges, durante sessão de autógrafos de seu livro (Foto: SP Escola de Teatro/Arquivo)
Na ocasião, Desgranges também ministrou uma palestra aos aprendizes do módulo Verde, com o tema “Aspectos da recepção no teatro”. Ele falou sobre a estética do drama, que começou no século 17 e era baseada na identificação entre público e personagem.
Também citou como exemplo o cinema americano, que sempre apresentava personagens da CIA ou do FBI como “bons moços” e criava identificação com o público, que passava a tê-los como heróis e sofrer comoção e convencimento.
Segundo Desgranges, hoje em dia, com a linguagem do hibridismo, provoca-se uma alternância de efeitos na plateia. Ora isso é feito com narrativas críticas, ora com imersão na personagem, que gera identificação ou com expressão mais subjetiva, ou lírica.
“Ao ser provocado por Francisco Medeiros, Desgranges contribuiu para uma reflexão fundamental na dramaturgia contemporânea: qual a força e o espaço que a linguagem dramática – da identificação emocional personagem/público – tem hoje em dia? Não é possível cravar uma resposta. Desgranges assumiu que essa é a grande pergunta que nos fazemos sobre o assunto”, disse o formador de Dramaturgia, Alessandro Toller.
Ao final do encontro, o autor ainda comandou uma sessão de autógrafos de seu livro.
Texto: Felipe Del
