EN | ES

Um Hemisférico Babel: Performances Sem Fronteiras

Publicado em: 18/01/2013 |

 

Sons, texturas, imagens e performances. Caminhar pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco nesses últimos dias é estimular diferentes sentidos. Seja nas instalações ou no palco do “Trasnocheo”, o 8º Encontro do Instituto Hemisférico, que começou sábado (12), mostra um festival de performances de diversos países e ontem (17), seguiu à risca essa regra.

 

Por volta das 23h, o 1º andar se encheu para receber o público e os artistas. O primeiro a se apresentar foi o porto-riquenho Urayoán Noel, em “Fora de Estado”. Na performance, ele mistura os idiomas ao recitar poemas em português, inglês e espanhol. Para mixar ainda mais a história, Noel utiliza smartphones e gravações realizadas no aparelho para cantar “Baby”, de Caetano Veloso. Tecnologia, línguas e humor, “Fora de Estado” revela um sujeito suspenso sob um mundo global.

 

Entre outras performances, os colombianos Carlos Monroy e Benjamim Lunderberg questionam a Colômbia vista por fora e convidam a plateia a ver o seu país “por dentro”. Em “O Mesmo Colombiano: Um Tête-à-Tête para Dois”, a dupla anima a todos com músicas típicas e mostra o valor e a importância do café nacional.

 

Enquanto isso, à entrada da Escola, um homem se vestia. Ou melhor, se despia. Amarrado a um tear, o canadense Johannes Zits usava suas peças de roupa para produzir um longo tapete. A performance faz parte das muitas da série “União Natural”, criada pelo artista, que explora a ecologia do corpo e as origens da estética ao longo do processo. De maneira divertida, ele explica: “Essa aqui era minha calça, essa foi minha jaqueta, aqui minha camisa e ainda faltam as meias e a cueca”, riu. 

 

Johannes Zits se prepara para a “União Natural” (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Nos andares, as exposições continuam. No 6º andar, é possível encontrar três aparelhos celulares num balcão, emitindo gravações e dados estatísticos. A performance “Ferramenta Imigrante Transfronteira” conta uma realidade marcante: segundo ONGs nacionais e internacionais, até hoje, cerca de 10 mil pessoas já morreram tentando cruzar o México em direção aos EUA. A exposição é organizado pelo grupo transnacional Eletronic Disturbance Theater 2.0/ B.A.N.G LAB.

 

E hoje (18), as performances sairão às ruas, a partir das 15h30. Artistas vão ocupar o entorno da Praça Roosevelt durante todo o dia. Integrante do Coletivo Teatro de Operações, Mariana Mordente tem acompanhado o evento e conta: “É importante poder conhecer tantos grupos e olhares diferentes, e ver como cada um dos trabalhos molda a nossa forma de perceber a arte”. O Coletivo Teatro de Operações se apresentará às 18h, nas escadarias da Praça com a performance “A Cena é Pública”. “Nossa ideia é transitar em torno da democracia e da arte no espaço público.”, finaliza.

 

Texto: Leandro Nunes

 

 

Relacionadas:

Uncategorised | 16/ 04/ 2024

Premiado musical ‘Bertoleza’ ganha nova temporada, gratuita, no Teatro Paulo Eiró

SAIBA MAIS

Uncategorised | 09/ 11/ 2023

Palestra com a artista sul-africana, Ntando Cele, acontece na SP Escola de Teatro nesta sexta (10)

SAIBA MAIS

Uncategorised | 20/ 09/ 2022

Pamy Rodrigues, artista egressa da SP, assina direção de espetáculo feminista inspirado no conto O Papel de Parede Amarelo

SAIBA MAIS