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Um Encontro de Feras das Pickpus

Publicado em: 11/04/2013 |

Uma plateia apaixonada lotou o 1º andar da Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, na noite de ontem (10), para acompanhar, de perto, a mesa de discussão “Uma História da Discotecagem”. Apaixonados porque, na definição da jornalista e DJ Claudia Assef, “o DJ é um cara tão apaixonado por música, que chega a ser doente. É aquela pessoa que fica sem comer e sem sair à noite só pra guardar dinheiro e comprar aquele disco, sem o qual, ele garante, que irá morrer”.
 
Assim, para Claudia, não há nada mais “irritante” do que ex-BBB’s que se dizem DJ’s. “O cara sai do reality show e quer esticar os 15 minutos de fama dizendo que é DJ. Mas até outro dia nem sabia ligar o equipamento. Exemplos não faltam, tem ex-BBB’s, Panicats, Sabrina Boing-Boing, Jesus Luz etc”, completa.
 
Polêmicas à parte, o debate, mediado por Eugênio Lima, que atualmente ministra o curso “Disco Aula: Uma História da Discotecagem – Música, Beats, Festas e Política”, promovido pelo departamento de Extensão Cultural da Escola, começou com cada participante falando brevemente sobre a sua trajetória. “Comecei minha carreira em 1984, quando fazia bailes em casas, com o Edi Rock, que hoje também faz parte do Racionais MC’s. Tape deck, aparelhos três em um, fitas cassetes e alguns vinis. Esses eram os meios que faziam com que as festas seguissem as madrugadas nas vizinhanças da zona norte. Anos depois, após ter visto um vídeo com a performance de um dos mais importantes nomes do cenário hip-hop, o DJ Cash Money, me identifiquei com a arte dos toca-discos. Mas foi somente após ter presenciado os scratches do DJ Easy Lee, DJ do rapper Kool Moe Dee, em um show no Club House, em Santo André, é que tive a certeza: ‘Eu sou isso’”, contou, sob aplausos, o DJ KL Jay.
 
Já a atriz e DJ Luaa Gabanini aproveitou a deixa para mostrar o vídeo da peça “3×3 – 3 DJ’s em Busca do Vinil Perdido”, que reúne teatro e história da discotecagem no Brasil e no mundo e é dirigida por ela. “A história é a saga de três DJ’s que saem à procura de um disco fundamental para eles, mas que está perdido. A partir daí, eles percorrem pontos importantes da cena da discotecagem mundial, começando em 1973 até os dias atuais, passando por São Paulo e Nova York”, diz ela, que é membro fundadora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. 
 

A plateia, apaixonada por música, lotou o 1º andar da Sede Roosevelt da Escola, na noite de ontem
(Foto: SP Escola de Teatro/Arquivo)

 

Após a explanação dos participantes, foi aberta a sessão de perguntas para o público. Uma das mais interessantes, feitas aos membros da mesa, foi a seguinte: “Qual o primeiro disco que tiveram?”. Curioso para saber também? Eis as respostas:

“Eu ‘roubei’ um dos discos do Elvis (Presley) do meu pai. Mas o primeiro que eu comprei mesmo, com a minha mesada, na extinta loja Sears, foi um do The Cure” – Claudia Assef

 
“O meu primeiro disco foi um da Chaka Khan” – DJ KL Jay 
 
“O meu foi um do Prince. O segundo foi ‘Purple Rain’, também do Prince. Vocês já perceberam que eu gostava muito do Prince, né?” – DJ Eugenio Lima
 
“Gente, vou pagar mico, mas não escondo a verdade: o meu primeiro disco foi dos Menudos” – DJ Luaa Gabanini.








 

Texto: Majô Levenstein

 

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