EN | ES

Um ‘Dia de Sonho’ na SP

Publicado em: 10/07/2012 |

Por Lucienne Guedes


Especial para o portal da SP Escola de Teatro


No texto a seguir, Lucienne Guedes, dramaturga, diretora e atriz traça um panorama geral sobre como foi a experiência de acompanhar de perto, no sábado (7), na sede Brás da Instituição, o terceiro e último Experimento do Módulo Verde.

 

Os aprendizes do Módulo Verde realizaram a última abertura das salas de trabalho de seus experimentos no sábado que passou, dia 7 de julho. A SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco estava tomada pelo público, que enchia os corredores e o pátio. Oito grupos, em oito salas diferentes, estavam preparados para o encontro com a plateia, que, dessa vez, era formada por amigos, familiares, aprendizes dos outros módulos, formadores, coordenadores, funcionários e convidados.

 

Experimento do núcleo 2 (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Cada grupo realizou cinco apresentações em horários distintos. Em algumas salas, os espectadores da sessão anterior mal haviam saído e já entravam os próximos, ansiosos por não perder nenhum momento da apresentação. A Escola respirava teatro, em todas as suas instalações. Havia teatro por todo lado. De alguma maneira, a Instituição tornou-se, no sábado, uma espécie de “sonho do teatro”: um público numeroso e ansioso, que conversava de maneira estimulante nos corredores, seja antes ou depois de ter visto cada cena. Muitas cenas tratavam esse mesmo espectador de maneira especial, considerando-o como parte de sua ação, com a cena de fato convidando a ser assistida, “participada”. O dia todo foi tomado pelo teatro, começando às 9h e terminando às 19h, ainda que muitas pessoas pudessem continuar por ali falando de teatro até mais tarde. Ao final do dia, depois de 10 horas de conversas, apresentações e encontros, ainda havia interesse e paixão pelo fazer teatral.

 

Grande parte desse interesse e vitalidade se deve, a meu ver, por conta de os grupos de experimento não estarem tratando as apresentações como uma temida estreia, como o único momento de encontro com o público, nem como a única chance para “acertar”. As salas de trabalho se abriram várias vezes nos meses anteriores, com as cenas em processo de formação. Assim, naquele momento final, o público não precisava ser temido, mas convidado a compartilhar um evento especial, ainda em movimento, ainda com questões. O fato de os grupos terem permanecido durante grande parte do tempo do Módulo Verde, cada um em sua sala específica de trabalho, também possibilitou uma mudança: não houve necessidade de correria de última hora para montar cenários, aparatos de sonoplastia ou iluminação, assim como atores e todos os artistas puderam conviver com as dimensões e características da sala desde o início do semestre. Isso fez com que muitos grupos acabassem utilizando o espaço a seu favor, ou seja, potencializando-o na relação com o público e com a dramaturgia da cena. E esse foi o grande aprendizado: por mais que aprendizes se aperfeiçoem no trabalho desse Módulo Verde, por mais que os artistas fiquem nervosos, inseguros e ansiosos pelas apresentações, o teatro é feito para o encontro com o público. E o sábado que passou foi uma incrível oportunidade para isso.

 
 

Relacionadas:

Uncategorised | 16/ 04/ 2024

Premiado musical ‘Bertoleza’ ganha nova temporada, gratuita, no Teatro Paulo Eiró

SAIBA MAIS

Uncategorised | 09/ 11/ 2023

Palestra com a artista sul-africana, Ntando Cele, acontece na SP Escola de Teatro nesta sexta (10)

SAIBA MAIS

Uncategorised | 20/ 09/ 2022

Pamy Rodrigues, artista egressa da SP, assina direção de espetáculo feminista inspirado no conto O Papel de Parede Amarelo

SAIBA MAIS