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Um Ano em um Dia – Parte 1

Publicado em: 19/12/2011 |

Emoção à flor da pele, alegria, orgulho e mais uma grande miscelânea de emoções. Assim pode ser descrito, em poucas palavras, o último Território Cultural desse ano, promovido pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, durante todo o sábado (17).

 

Esse clima foi gerado por vários fatores. Além de ser o último de 2011, esse evento marcou o final do semestre letivo e mais: com uma festa de encerramento, simbolizava a despedida dos primeiros aprendizes a concluir o ciclo de quatro Módulos dos Cursos Regulares da Escola.

 

Tudo isso começou logo às 9h. Espalhadas pelo prédio da Instituição, já se podia visitar instalações criadas por aprendizes de diferentes cursos. No pátio, fruto do esforço de aprendizes de Técnicas de Palco e da orientação da formadora Viviane Ramos, e baseada no filme “As Sete Faces do Dr. Lao”, estava uma estrutura de madeira que ainda tinha uma divertida funcionalidade: oferecer aos visitantes uma rápida descida sobre um carrinho.

 

“O mais legal do processo de montagem foi que ele proporcionou uma mescla entre a experiência dos que já estão saindo e as ideias dos que chegaram a menos tempo. Isso fez com que o produto final ficasse encorpado”, comenta o aprendiz Alicio Silva.

 

A parte de Cenografia e Figurino ficou por conta de uma exposição do processo criativo, que levou à sala 22 figurinos e elementos da cena que fizeram parte do projeto Triângulo Rosa, que integrou o Experimento do Módulo Vermelho da Escola neste semestre. Os aprendizes Clau do Carmo e Marcia Pires eram os responsáveis por apresentar a sala.

 

Exposição de Cenografia e Figurino (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

A luz tomava conta de outros espaços. No corredor do piso térreo, assim como em outras salas, aprendizes de Iluminação montaram instalações baseados nos estudos de identidade cultural e do livro “Viva o Povo Brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro. “Em um estudo sobre a religiosidade, percebemos que ela propõe um pensamento único, mas ainda assim, cada um mantém sua individualidade, suas verdades”, ressalta o aprendiz Flavio Portella, sobre o seu projeto de luz.

 

Enquanto isso, na sala 34, Stela Fischer estava promovendo um encontro sobre teatro colaborativo, no qual discutiu o livro “Processos Colaborativos e Experiências de Companhias Teatrais Brasileiras”, de sua autoria. Segundo ela, que diz admirar a proposta pedagógica da Escola, existem alguns pontos em comum entre a formação oferecida na Instituição e o tema do debate.

 

“Como a ‘SP’ é uma escola com o pensamento à frente das outras, com uma equipe de formadores incrível, ela não forma artistas pensando apenas no mercado de trabalho. A preocupação em integrar os diferentes campos, como no Experimento, que faz circular conhecimentos e propõe que o resultado não seja o fim, mas sim o processo”, afirma a diretora, atriz e professora.

 

Às 10h, uma atividade sonora foi realizada na sala 25. Em “A Rádio”, dramaturgia e design sonoro se misturaram em cinco peças sonoras criadas pela turma de Sonoplastia, com base em textos dos aprendizes de Dramaturgia. “Costumamos chamar de radioteatro, mas eu prefiro audioteatro ou audiodramaturgia. O exercício gerou diálogos interessantes entre as duas áreas”, observa Wilson Sukorski, que ao lado de Raul Teixeira e outros artistas do curso de Sonoplastia coordenaram a atividade.

 

Atividade “A Rádio” (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

No mesmo horário, na sala 26, a atriz, diretora e dramaturga Lavínia Pannunzio dirigiu um ensaio geral com leitura dramática do texto “Licantropia”, escrito pelo aprendiz de Dramaturgia Tadeu Renato, com a participação dos atores Thiago Adorno, Maria Manoella e Julio Machado. Durante a tarde, Lavínia continuou dirigindo outras leituras de textos de aprendizes.

 

“É a primeira vez que eu venho aqui na SP Escola de Teatro, e estou muito encantada com este trabalho que está sendo feito, é pouco visto nas escolas de teatro, mas privilegia a construção do texto e, portanto, do novo dramaturgo. Me interessou muito participar deste projeto como atriz e também como uma pessoa que está ajudando a dramaturgia a crescer. Estar em contato com estes novos dramaturgos, ajudá-los e também ser ajudada é uma incrível renovação. Foi um prazer muito grande fazer parte disso hoje”, destaca Maria.

 

O documentário “Diga-me Paulo Eiró”, que retrata a vida de um dos mais importantes poetas brasileiros do século XIX, produzido por Angela Belei e Gustavo Guimarães, respectivamente aprendizes de Dramaturgia e Humor, era exibido na sala 21, com um bate-papo no final da sessão.

 

“Foi muito bom conhecer os entrevistados e novos parceiros, foram anos de idealização para o projeto ser colocado em prática, e quando começou a acontecer, foi tudo muito rápido. O resultado é fruto de muita dedicação a essa figura chamada Paulo Eiró, mas ainda planejo mudanças, e que os estudos continuem. Esse documentário foi só o primeiro!”, afirma Guimarães, que também dirige a obra.

 

A manhã ainda reservava uma Mesa de Discussão com o tema “Ética e Cultura = Educação?”, e com os convidados Cássia Navas, Cristina Mutarelli, Kil Abreu e Joaquim Gama, que ficou responsável, também, pela mediação da conversa. Clique aqui para saber como foi o encontro.

 

Acha que parou por aí? Nem pensar. O evento ainda teria uma tarde inteira e o início da noite até chegar ao final. Para continuar desbravando este Território Cultural, clique aqui.

 

 

Texto: Felipe Del

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