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Teatro do Vestido: Encerramento Apocalíptico

Publicado em: 04/04/2013 |

“Calamidade” e “Hecatombe” já tinham arrebatado o público. Faltava ainda mais uma peça para completar o quebra-cabeça. E era “Apocalipse”, a última montagem da trilogia “Monstro”, do grupo português Teatro do Vestido, que cumpre residência artística na Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. O coletivo é um dos grupos apoiados pelo governo português e recebeu uma das melhores apreciações do júri da Direcção-Geral das Artes, entidade pública responsável pela execução das políticas de apoio à atividade artística em Portugal.

 

Na noite de ontem (3), os artistas apresentaram, pela segunda e última vez nessa estadia no Brasil, o espetáculo, que tem em suas áreas técnicas vários aprendizes da Escola. No elenco, além dos três atores do coletivo – Gonçalo Alegria, Joana Craveiro e Tânia Guerreiro –, estava o aprendiz de Técnicas de Palco Evaristo Moura.

 

A encenação de Maurício Paroni de Castro e Joana, que também assinam a dramaturgia, foi criada a partir de uma metodologia batizada pelo diretor de “deriva”. Em situações de vertigem, os atores flertam a todo o momento com as personagens, atuando no limite entre encenação e realidade.

 

A introdução é de Gonçalo, que conta uma irônica “breve história de Portugal”, reforçando a pesquisa do grupo, cuja proposta é desmontar os mecanismos históricos, políticos, sociais e culturais que fizeram com que o país chegasse ao atual momento de crise. 

 

Depois, Moura entra em cena, pendurando algumas roupas em cabides, explicando de quem é cada uma delas – ora das atrizes da peça, ora de personagens clássicas, como Antígona. Quando ele silencia, o foco de luz volta-se para Joana, que sai do mezanino e desce. A todo tempo, flutua entre sua personagem do espetáculo anterior, “Hecatombe”, e a do atual. Em sua parte, Tânia faz o mesmo. O diretor Paroni também se arrisca na atuação.

 

Evaristo Moura em cena (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Os atores apropriam-se, na maior parte das cenas, da plataforma montada em um dos cantos, que tem alguns objetos espalhados e que também servem para ativar memórias das personagens. Com o final se aproximando, elas fazem considerações e contextualizam a trajetória emocional que se desenrolou ao longo da peça.

 

Ao término, Paroni disse: “Gostaria de agradecer à SP Escola de Teatro por nos receber. É bom ver a quantidade de aprendizes que veio assistir, pois trabalhamos com aprendizes e este é mais um exercício de estímulo que um espetáculo pronto”. 

 

Joana também aproveitou para avaliar a experiência vivida durante a residência do coletivo na Escola. “Obrigado à Escola por nos acolher. Trabalhar com os aprendizes foi ótimo. Eles foram fantásticos na criação dessa aventura”, encerrou.

 

 

Texto: Felipe Del

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