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É HOJE! SP debate o legado do modernismo na cena artística atual no Web-Seminário Cenas Modernas: 1922 e Além

Cenas Modernas: 1922 e além. Foto: Divulgação SP Escola de Teatro

SP Escola de teatro debate o legado do modernismo na cena cultural contemporânea

Ideário moderno, caminhos contemporâneos do teatro, da arte e da cultura brasileira. De 8 a 29 de Setembro a SP Escola de teatro realiza o Seminário digital  “Cenas Modernas: 1922 e além”, transmitido no Youtube da SP Escola de Teatro, como parte das atividades que a Escola promove em torno da Semana de Arte moderna de 1922, antecipando as discussões em torno do centenário.

Serão seis encontros, às quartas e sábados. A Semana e o ideário do modernismo brasileiro são os disparadores, mas apontam leituras livres da experiência moderna no país, refletindo-a à luz dos acontecimentos artísticos, das emergências sócio-políticas e dos estudos culturais e antropológicos do presente. As convidadas e convidados têm como tarefa discutir não só o que foi a Semana paulista como também abrir perspectivas críticas que especulem sobre os campos de pensamento alicerçados a partir dos anos 20 e nas décadas seguintes, que ainda repercutem de algum modo – por extensão ou recusa – na cultura brasileira hoje.

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Assim, no primeiro encontro o professor Ferdinando Martins (ECA/USP) e o crítico mineiro Guilherme Diniz discutem o teatro ao mesmo tempo como inspiração e ausência na Semana, e ainda a emergência da cena negra nas décadas seguintes, como acontecimentos anunciados mas não abraçados em 1922. Na segunda mesa, mediada pela dramaturga Marici Salomão, a conversa será em torno da escrita de mulheres. A premiada escritora Maria Valéria Rezende fará um relato da convivência, em Santos, com Patrícia Galvão (Pagu) e seu lugar entre os modernos. A dramaturga Ave Terrena fala sobre sua pesquisa em torno do muralismo literário, inspirada em Oswald de Andrade e os artistas mexicanos, além de um conceito emergente nos nossos dias, parelho à antropofagia e realocado junto às questões de gênero: a transpofagia. 

Deslocando o olhar de São Paulo para o Norte (ou vice versa), os professores Afonso Medeiros e Walter Chile (da Universidade Federal do Pará) falarão sobre os imaginários visuais modernos e as experiências de exceção , inclusive na arte teatral contemporânea. Entre elas a possibilidade de uma arquitetura cênica inspirada na sociabilidade dos pescadores, indígenas e caboclos amazônicos – ou o que Walter chamou “Teatro Cacuri”, de inspiração portanto popular. O iluminador Chico Turbiani falará sobre a importância da luz no contexto moderno.  

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O encontro seguinte será sobre música, sonoridades e trocas culturais. O que significaria, nos dias de hoje, ideias como as de Oswald de Andrade no Manifesto Antropófago,  de consciência participante a partir de uma possível originalidade nascida nas culturas do povo? Para conversar sobre isso estarão no Seminário a antropóloga baiana Goli Guerreiro – autora de “Terceira diáspora”, em que se discute as trocas culturais na época das redes de informação. Junto a ela estará o músico Lincoln Antônio, que com o grupo A Barca faz pesquisas de campo da música popular, em viagens de vivência e criação musical Brasil adentro que podem ser comparáveis às “Missões” de Mario de Andrade. A mediação será feita pelo Dj, dramaturgo e diretor Eugênio Lima, também pesquisador das culturas diaspóricas.

O Circo e a arte do palhaço, inspiradores dos modernos dos anos 20 ganham espaço de discussão com a professora e pesquisadora Ermínia Silva, que vai falar sobre um personagem importante naqueles anos e depois: Abelardo Pinto, o palhaço Piolin. Junto a ela estará a cineasta Mariana Gabriel, que vem de uma família de palhaços e fala sobre o primeiro palhaço negro do país, Xamego – que na verdade era sua avó,  Dona Maria Eliza Alves. Hugo Possolo fará a mediação. Possolo é também palhaço (antes de tudo, palhaço, ele diz). É ator e diretor, hoje, do mesmo Theatro Municipal de São Paulo em que a Semana de arte moderna aconteceu.

O último encontro será com o diretor José Celso Martinez Correia, um dos maiores encenadores da cena brasileira, que não só dirigiu a montagem histórica de “O rei da vela” (1967), de Oswald de Andrade, como também reinventou criticamente a ideia de antropofagia sob a influência e os chamados do Brasil que se deslocou com o tempo. Este último encontro será em forma de entrevista. E para entrevistar Zé Celso virá a atriz e compositora Letícia Coura, que trabalhou por dez anos com o Teatro Oficina e interpretou, entre outros papéis, Tarsila do Amaral no espetáculo “Macumba Antropófaga”.

PROGRAMAÇÃO

08 /9, 19h – Panoramas à margem

Ferdinando Martins e Guilherme Diniz. Mediação: Kil Abreu

15/9, 19h – Dramaturgia e escrita de mulheres: de Patrícia Galvão (Pagu) aos novos muralismos e à transpofagia

Ave Terrena  e Maria Valéria Rezende. Mediação: Marici Salomão

18/9, 11h – Imaginários visuais, luz e cenotecnia: da modernidade à decolonialidade

Afonso Medeiros e Walter Chile. Mediação: Chico Turbiani

22/9, 19h –  Em busca do popular: sonoridades e trocas culturais no Brasil moderno e contemporâneo

Goli Guerreiro e Lincoln Antônio. Mediação Eugênio Lima

25/9, 11h – O teatro brasileiro é palhaço: em torno de Piolin, Xamego e o Circo dos pretos

Mariana Gabriel e Ermínia Silva. Mediação: Hugo Possolo

29/9, 19h – Antropofagia moderna, cena contemporânea

Letícia Coura entrevista José Celso Martinez Correa 

 SERVIÇO

Seminário “Cenas Modernas: 1922 e além”-

De 08 a 29 de Setembro, às 11h (sábados)  e 19h (quartas)

Acesso Gratuíto- Youtube SP Escola de Teatro

 




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