Cena do Núcleo 6, na segunda abertura de experimento do Módulo Verde
No último sábado, foi a vez dos aprendizes do Módulo Verde mostrarem seus experimentos cênicos para os formadores e coordenadores da SP Escola de Teatro. Divididos em oito núcleos — que funcionam como pequenas companhias teatrais — eles apresentaram, durante todo o dia, cenas de até 15 minutos. Esta foi a segunda abertura de experimentos do módulo.
A formadora do Curso Regular de Humor, Suzana Aragão, acompanhou o intenso dia de apresentações. Para ela, houve um ganho em relação à primeira abertura. “Os temas ganharam consistência na feitura da cena”, diz.
Suzana frisa o bom uso do material do semestre — que é o disco “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares” — pelos aprendizes. “Todo mundo, de alguma maneira, tomou esse material para si. As questões que o trabalho da Elza traz conecta com o cotidiano deles, com as problemáticas diárias de todos.”
Ela lembra que, na primeira abertura de experimentos, o conteúdo já se fazia presente. Agora, no entanto, a parte cênica amadureceu. “Nesse sentido, acho que todos os núcleos deram grandes passos”, comemora.
A maturidade não apareceu apenas no palco, mas nas relações entre os aprendizes. Para a formadora, um diferencial foi a extração de bons resultados de situações adversas. “As crises foram assumidas como um problema bom. Os aprendizes perceberam que um bom enfrentamento é o que fortalece o trabalho, e não a cordialidade, que é essa marca infeliz de nossa história que tanto nos atrapalha no teatro e na própria vida”, aponta.
Os aprendizes do Módulo Verde terão, ainda, mais uma aberturas para mostrar a evolução de suas criações cênicas no fim do primeiro semestre deste ano. Na ocasião, os trabalhos devem estar mais maduros e próximos do que seria uma cena completa.
