O Arquiteto e o Imperador da Assíria – Dois homens em uma ilha deserta. Um sobrevivente de um acidente aéreo, o outro, nativo do lugar. Fazendo-se herdeiro da hierarquia do mundo dos civilizados, o sobrevivente procura estabelecer uma relação de dominação, nomeando-se imperador de uma civilização fictícia. Mesmo fazendo-se supremo mandatário de uma nação impossível, o imperador constata que seu único súdito goza de mais vantagens do que ele por não ter passado nem memória. Por outro lado, o nativo deseja tornar-se civilizado e culto, acalentando a ilusão de que por este caminho descobrirá o que é ser feliz. A inveja mútua os nutre, assim como tentar entender as artimanhas da vida: a solidão, o fracasso, o conhecimento, o amor, a felicidade, a filosofia, o poder, e as relações humanas.
O texto, um dos clássicos do teatro do absurdo, foi escrito pelo dramaturgo espanhol Fernando Arrabal em 1967. No Brasil, a primeira montagem aconteceu em 1970, com direção de Ivan de Albuquerque. A montagem, considerada um dos marcos da história do teatro, rendeu vários prêmios à sua equipe e elenco. Klauss Vianna recebeu o prêmio de melhor expressão corporal pela APCT (Associação Paulista de Críticos Teatrais). No elenco, Rubens Corrêa e José Wilker, que ganhou o Prêmio Molière por sua atuação. A estreia aconteceu no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro, em 5 de maio de 1970, e fez temporada no Teatro Bela Vista, em São Paulo.
Texto: Carlos Hee
