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Série Minimalista | ‘Hair’

Publicado em: 02/04/2015 |

 

Musical que marcou uma transformação na Broadway, nos anos 1960, “Hair” levou três anos para chegar ao texto final escrito pelos Gerome Ragni e James Radode. Durante este período, eles absorveram as inúmeras referências e as rápidas transformações que o mundo vivia e se uniram ao compositor Galt MacDermot, no final de 1966, que, em apenas três meses, compôs toda a música do espetáculo, cuja sonoridade também remetia ao inconsciente coletivo jovem da época. 

 

A estreia no circuito off-Broadway impulsionou a montagem para o circuito principal em pouco tempo. Em abril de 1968, “Hair” estreava no Biltmore Theatre com mais um feito: a aprovação unânime de toda a tradicional crítica especializada. Mesmo alertando os leitores acerca das cenas de sexo, nudez e homossexualidade, os jornalistas se renderam por completo, caso do lendário Clive Barnes, temido e respeitado crítico do The New York Times. 
 
O espetáculo seguiu em cartaz até 1973 e deu origem ao filme homônimo, dirigido por Milos Forman e lançado em 1979. Responsável por popularizar ainda mais a peça e as canções, o longa-metragem optou por dar um tratamento menos psicodélico e estruturar o roteiro de forma cartesiana, privilegiando uma dramaturgia mais convencional. As mudanças envolveram os perfis dos personagens e até o enredo, que sofreu uma grande alteração em seu desfecho. Não à toa, os autores da peça rejeitaram enfaticamente o filme. 
 
No Brasil, “Hair” estreou em outubro de 1969, depois de uma complicada negociação de direitos com os autores americanos e com a censura brasileira, a montagem – dirigida por Ademar Guerra – repetiu o sucesso e causou enorme polêmica na época, menos de um ano após a publicação do AI-5. 
 
As apresentações repercutiam em todo o País e impulsionaram a carreira de artistas como a estreante Sônia Braga. Ao longo da temporada, que durou até 1972, nomes consagrados se revezaram nos elencos, como Antonio Fagundes, Nuno Leal Maia, Aracy Balabanian, Armando Bogus, Ariclê Perez, Ney Latorraca e Dennis Carvalho. 
 
Em 2010, mais de 40 anos depois da lendária montagem nacional, “Hair” voltou à cena pelas mãos da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, que mostraram ao público a nova versão brasileira do musical. Quatro décadas depois, “Hair” revelou-se apenas como um musical histórico, que toca em assuntos que ficaram no passado, mas que tem canções que se eternizaram na memória coletiva.
 
Texto: Carlos Hee

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