A Série Minimalista da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco desta semana vem com a primeira obra da proeminente trilogia do escritor, dramaturgo e poeta espanhol Federico García Lorca (1898-1936): “Bodas de sangue”.
Escrita em 1932 e estreada em Madrid, na Espanha, e Buenos Aires, na Argentina, em 1933, “Bodas de sangue” une-se a “Yerma” e “La casa de Bernarda Alba” formando a chamada trilogia rural.
Baseado em uma história real acontecida entre camponeses de Andaluzia, na Espanha, o texto de Lorca conta o caso de uma jovem que abandona o marido na noite de bodas para fugir com seu ex-noivo, Leonardo, único a receber um nome na obra. A fuga desencadeia uma perseguição e luta fatal entre os dois.
“Bodas de sangue” possui dois aspectos coadjuvantes que ganharam destaque conforme foi sendo analisada com o passar dos anos. A obra personifica a Lua e a Morte, que ganham ares físicos, como personagens ativos da trama. Outra personagem destacada é a mãe do marido, que ganhou espaço inclusive no filme de Pedro Almodóvar de nome “Tudo sobre minha mãe” por conta do discurso em que relata a dor de perder um filho.
A peça discute os caminhos que o amor acaba por trilhar e trata sobre a dor de segui-lo ou ignorá-lo. A trama é cheia de temperos referentes a relacionamentos, como desejo, traição, separação e honra.
Tido como “mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver” por um deputado católico da Espanha franquista, Federico Gárcia Lorca foi uma das primeiras vítimas da Guerra Civil de seu país por conta de suas posições republicanas frente ao fascismo da ditadura.
Fuzilado aos 38 anos perto de Granada, acredita-se que sua execução foi que deu início efetivo à Guerra, já que ganhou repercussão mundial. Seu corpo nunca foi encontrado, mas sua obra triunfou e até hoje Lorca é símbolo da resistência e transformação da arte.
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Texto: Gabriel Gilio
