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Saudosa Maloca

Publicado em: 03/04/2012 |

O Experimento do Módulo Verde visto no último sábado (31), na programação do Território Cultural organizado pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, tinha como referência a peça “Bella Ciao”, de Luís Alberto de Abreu. No entanto, os núcleos 5, 6, 7 e 8, que tinham aprendizes de Humor em vez de Atuação, subverteram o gênero do texto original e buscaram abordagens críticas e, ao mesmo tempo, engraçadas.

 

 

Núcleo 5

 

Um cortiço proposto pelo núcleo 5 tornou-se palco de uma série de improvisos, com diferentes tipos de personagens e circunstâncias. Entre varais repletos de peças de roupas estendidas, um pneu velho, um banco de madeira, um abajur e uma garrafa de cachaça no chão, os atores iniciavam assobiando e tocando instrumentos como pandeiro, sanfona e uma espécie de violino improvisado.

 

Ao travar diálogos, geralmente em situação de desconforto e de pressão financeira, os atores extraiam risos dos espectadores, a exemplo do momento em que uma personagem chega alegre e orgulhosa por ter conseguido emprego no Bom Prato. 

 

“Nós pensamos no desenvolvimento de três cenas principais. Todas elas são situadas dentro de um cortiço, tratando das personagens periféricas do texto ‘Bella Ciao’”, observa Luciano Tito, um dos aprendizes de Humor do grupo.

 

Daniela Biancardi, formadora de Humor e orientadora do núcleo, comenta que o trabalho começou com a tentativa de ambientar o local onde as ações e os desenhos de personagens estariam inseridos, o qual resultou na escolha do espaço cênico. Ela destaca, ainda, que o grupo manteve-se aberto para ouvir e dar forma à proposta da Dramaturgia. 

 

“É importante salientar que a maior parte dos aprendizes de Humor nunca tinha feito teatro, então o grupo se uniu e se fortaleceu. Apesar do pouco tempo de trabalho, eles desenvolveram exercícios leves, bem inseridos na proposta”, finaliza.

 

 

Núcleo 6

 

O embalo de um tranquilo dedilhado de violão colocava os espectadores em contato com o ambiente do núcleo 6. Algumas personagens espalhadas pela sala exerciam atividades comuns, como costura e comércio ambulante, até que o clima de tensão é instaurado, uma correria tem início e todos fogem, deixando a sala por alguns momentos.

 

Cena do núcleo 6 (Foto: Felipe Del)

 

Na próxima cena, uma moça faminta bate à porta de um imigrante, pedindo por comida. Em troca do favor, o homem, com segundas intenções, exige que ela limpe o chão. Quando ele fica ausente, ela deixa seus amigos entrarem no armazém e compartilha a comida do “hóspede” com todos. Porém, ao perceber os invasores, o proprietário os expulsa.

 

Formador de Dramaturgia e orientador do núcleo 6, Alessandro Toller observa que o grupo optou por trabalhar a partir de duas cenas propostas em um roteiro de ações elaborado pelos dramaturgos e discutido previamente com os diretores, o que norteou os procedimentos de trabalho.

 

“A mobilização criativa de todas as áreas teve esse denominador comum: experimentar propostas criativas em uma cena de desapropriação de um prédio invadido e em uma cena de um armazém, para onde se refugiam as personagens da cena anterior”, completa Toller.

 

 

Veja mais:

 

Sinal Verde

O Texto Dramatúrgico a Partir do Universo do Brás por Ivam Cabral 

O Anonimato é Verde 

O Terceiro Dia

Opressão Metropolitana 

Opressão e Risos

 

 

  

Texto: Felipe Del

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