
Aprendizes do Núcleo 7 em experimento cênico
No último sábado, os aprendizes do Módulo Azul da SP Escola de Teatro concluíram um trabalho intenso, que começou no início do ano. Foi o dia da terceira abertura dos experimentos cênicos, exercício que reúne estudantes dos oito Cursos Regulares ministrados na Escola.
Neste semestre, artistas como Elza Soares — por meio de seu mais recente álbum “A Mulher do Fim do Mundo” — e Chimamanda Adichie inspiraram os aprendizes, que formaram oito grupos para criar cenas. Os exercícios já tinham sido exibidos outras duas vezes e, nesta última vez, o público pôde ver um resultado mais maduro do que foi trabalhado em sala de aula.
Na pedagodia da Escola, o Módulo Azul é o momento em que os aprendizes trabalham cenas performáticas, o que, segundo o coordenador do Curso Regular de Direção, Rodolfo García Vázquez, é bastante especial. “A SP Escola de Teatro foi pioneira no ensino da performatividade no Brasil. Aplicamos isso na Escola em 2011, quando nem se falava sobre o assunto no Brasil”, diz. “Sinto que temos um grande campo de estudo para o futuro.”
Vázquez, que esteve presente em todas as aberturas de experimento, percebeu evolução no trabalho dos aprendizes. “Algumas questões que não estavam muito claras ficaram mais definidas. Estou contente pelo resultado, apesar de que não lutamos por um resultado, mas por um processo de entendimento”, destacou.

Aprendizes do Núcleo 5 em experimento cênico
O formador do Curso Regular de Iluminação, Francisco Turbiani, percebeu que, com o tempo, as cenas ficaram mais consistentes e os temas ganharam complexidade. “É interessante ver como a questão da performatividade apareceu com força em alguns núcleos. Isso não veio de uma forma oca, mas a partir das provocações do disco da Elza Soares”, comenta.
Ele nota que, muitas vezes, as mensagens de Elza não estão na temática usada pelos aprendizes, mas, sim, na atitude. “Alguns núcleos dialogam mais diretamente com a temática da mulher negra periférica, mas nem todos foram por esse caminho tão direto com o CD”, diz. “O disco aparece mais na forma das cenas do que necessariamente no assunto.”
Com as apresentações, o Núcleo Azul encerrou o processo de construção cênica, entrando em uma etapa de avaliação junto aos coordenadores e formadores. No próximo sábado, é a vez do Núcleo Verde mostrar a consistência de seus trabalhos.