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Ponto | Surgimento do Cenário no Teatro

Publicado em: 15/03/2011 |

Sabemos que no teatro uma história e seu contexto se fazem reais e verídicos por meio da montagem de um cenário e da representação de atores em um palco. Mas você sabia que a ideia de cenário, como conhecemos hoje, é recente se comparada ao início do teatro?

Para os gregos antigos, a cenografia era a arte de adornar o teatro e a decoração de pintura que resulta desta técnica. No Renascimento, a cenografia era considerada uma técnica que consistia em desenhar e pintar uma tela de fundo em perspectiva.

A ideia de construir cenários, no sentido moderno, surgiu em meados do século XVII quando o dramaturgo inglês Willian Davenant, gerente do Teatro do Duque de York, em Londres, passou, a partir de 1660, a representar o ambiente de suas comédias e tragédias usando cenários montados no palco. A luz, com o advento da eletricidade, também provocou uma tremenda mudança e passou a ser elemento preponderante nas artes cênicas.

Porém, somente um século e meio mais tarde, a tecnologia da montagem de cenários desenvolveu-se com rapidez. Efeitos especiais foram criados, tanto na simulação de ambientes internos, – móveis verdadeiros, paredes com portas e janelas –, quanto externos – como calçadas com postes de luz e céus estrelados.

O cenógrafo suíço Adolphe Appia entendia os recursos cênicos como meios para colocar o ator no foco das atenções e propôs a iluminação como principal criadora de ambiência, num cenário vazio e abstrato. Ele contribuiu, com o passar dos tempos, para que os cenários se tornassem cada vez mais detalhados.

Desde então, a cenografia é tida como a ciência e a arte da organização do palco e do espaço teatral. A palavra se impõe cada vez mais para ultrapassar a noção de ornamentação e de embalagem que ainda se prende, muitas vezes, à concepção obsoleta do teatro como decoração.

Apesar de a expressão cenário reunir tudo o que diz respeito à ambientação de uma peça, inclusive os efeitos cênicos obtidos com a utilização de sons naturais, de música e de iluminação, a palavra, no seu uso mais comum, refere-se à imitação de ambientes no palco. Contudo, para se entender o cenário em sua linguagem, é preciso recorrer a outros sistemas artísticos, mas isso é assunto para um próximo ponto.

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