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Ponto | Quando a Web Vai ao Teatro

Publicado em: 05/03/2013 |







A atriz Iara Jamra, em cena do monólogo “O Arthur”, de Antônio Prata, “em cartaz” no site da companhia Teatro Para Alguém (Foto: Reprodução)

A Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) foi a responsável pela invenção da World Wide Web, ou simplesmente a Web, como hoje a conhecemos. Corria o ano de 1990, e o que, numa primeira fase, permitia apenas aos cientistas trocar dados, acabou por se tornar a complexa e essencial Web.

Assim, lá se vão mais de duas décadas da popularização da internet. Mas só em 2005 ela começou, ao menos no Brasil, a fazer parte, efetivamente, de uma montagem teatral. O primeiro grupo a misturar artes cênicas com tecnologia foi a Cia. Phila 7. Depois de um ano de estudo, em 2006, eles levaram ao palco o espetáculo “Play on Earth”, que se tornou pioneiro no uso da Internet para a criação e apresentação de uma peça teatral. A montagem uniu três elencos em três continentes, simultaneamente: o Phila 7, em São Paulo; o Station House Opera, em New Castle, na Inglaterra, e a Cia. Theatreworks, em Cingapura. Três audiências, cada uma em sua cidade, que viram as atuações em tempo real, formaram um quarto espaço imaginário.

Também em São Paulo (se é que se pode delimitar num determinado espaço geográfico essas companhias), o grupo Teatro Para Alguém passou a usar a internet para levar suas peças a outras audiências, indo além do público presencial. Idealizada pela atriz e diretora Renata Jesion e pelo fotógrafo Nelson Kao, a companhia tem suas peças encenadas ao vivo e com transmissão simultânea e gratuita pela Internet, no seu site.

Desde 2008, no portal do Teatro Para Alguém (TPA), já foram encenadas mais de 80 peças inéditas, hoje disponíveis gratuitamente para acesso a qualquer hora.

Em dezembro de 2012, o grupo encenou, na 1ª Mostra Teatro Para Alguém, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, na capital paulista, o monólogo “O Arthur”, de Antônio Prata, estrelado pela atriz Iara Jamra. Para assistir ao trabalho, clique aqui.  Qualquer semelhança com os Teleteatros da extinta TV Tupi, nos anos 50, não será mera coincidência…
 
Desde 2010, com a estreia de “Hipóteses para o Amor e a Verdade”, a Cia. de Teatro Os Satyros vem incorporando elementos como celulares, iPads e computadores às suas montagens. Eles servem tanto como elementos cênicos como personagens nas peças. O recurso foi explorado numa das mais recentes montagens da companhia, “Inferno na Paisagem Belga”, na qual o ator Ivam Cabral lê poemas dos franceses Paul Verlaine e Arthur Rimbaud, bem como em sua antecessora, “Cabaret Stravaganza”, de 2011.





Texto: Majô Levenstein

 

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