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Ponto | O Teatro Ganha Seu Espaço no Brasil

Publicado em: 26/04/2011 |

Como vimos em um dos últimos Pontos, o teatro no Brasil passava por um momento difícil durante o século XVII. Porém, dando mostras de sua força, sobreviveu e se adaptou às novas circunstâncias.

 

Durante esse período, a temática das escassas encenações girava quase que exclusivamente em torno das lutas que aconteciam na época, como a Batalha dos Guararapes, que culminou com a expulsão dos holandeses do nordeste. Ainda assim, elas eram realizadas apenas durante festas religiosas ou celebrações cívicas. As principais peças foram as comédias apresentadas em aclamações a D. João IV, em 1641, e encenações de 1658, durante as festas de instalação da província franciscana da Imaculada Conceição, no Rio de Janeiro.

 

O teatro espanhol, nessa época, começava a ganhar grande notoriedade no Brasil. Nesse ambiente, surge um nome de destaque: o poeta baiano Manuel Botelho de Oliveira, primeiro autor brasileiro a ter uma obra publicada. Escreveu, além de diversos poemas, duas comédias em espanhol: “Hay Amigo para Amigo” e “Amor, Engaños y Celos”.

 

Foi na metade do século XVIII que o teatro começou realmente a se difundir no País. Com forte traço educacional, as peças eram apresentadas com maior freqüência, dessa vez em palcos montados em praças públicas, Igrejas e palácios de governantes. Até que finalmente ganharam lugares fixos para as apresentações. As chamadas Casas da Ópera ou Casas da Comédia espalhavam-se pelo Brasil.

 

Com esses locais estabelecidos, as primeiras companhias teatrais foram criadas. Os atores contratados, até o início do século XIX, eram das classes mais baixas, sendo grande parte deles mulatos, pois a atividade era muito mal vista e os envolvidos eram alvo de preconceito, tanto que as mulheres eram proibidas de participar. Assim, restava aos homens fazer os papéis femininos.

 

Nomes estrangeiros, como os de Molière, Voltaire, Maffei, Goldoni e Metastásio, exerciam enorme influência nessa época. Os artistas nacionais que faziam sucesso eram Luís Alves Pinto, Alexandre de Gusmão, Cláudio Manuel da Costa e Inácio José de Alvarenga Peixoto. 

 

Assim, o teatro firmava seu espaço no Brasil. Daí em diante sofreria várias transformações, mas ainda estava longe de ser o que é hoje. Essa trajetória, porém, continua em um próximo Ponto.

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