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Ponto | Mamulengueiros e manipuladores

Publicado em: 14/09/2010 |

Você conhece o Teatro de Bonecos?
 

O Teatro de Bonecos é milenar. Alguns registros dessa forma de expressão artística existem desde a Pré-História e sua origem remonta ao antigo oriente. Conta a lenda que essa arte se dissipou por intermédio de mercadores e foi muito utilizada como  instrumento de evangelização.

 

Na América, o surgimento do Teatro de Bonecos aconteceu por volta do século XVI, época dos grandes descobrimentos, o que contribuiu muito para sua divulgação no mundo inteiro. Atualmente, praticado nos quatro cantos do planeta, o Teatro de Bonecos se adequa ao contexto social, cultural, crenças e costumes de cada sociedade. Confeccionado, muitas vezes, à imagem e semelhança do homem, o boneco, personagem principal dessas histórias, se torna um ser misterioso.

 

Nesse tipo de teatro, a expressão fica reservada ao movimento completado pelo som e ambos incendeiam a imaginação, em especial das crianças. A arte exige, portanto, o uso do poder criador e a faculdade de transcender o mundo material. No palco, o boneco toma vida própria nas mãos do manipulador, conta uma história e transforma o espetáculo em magia.

 

 

Mas a coisa não é tão simples quanto parece. A técnica e arte do Teatro de Bonecos são tão variadas e extensas, tem tantos nomes e termos, que a confusão pode rolar solta. Afinal, você sabe o que significa Bunraku, mamulengo e titiriteiros?

 

Bunraku, por exemplo, é uma técnica de manipulação de bonecos que deu origem à “Manipulação Direta”, método no qual os atores, visíveis ou não para a plateia seguram o boneco sem o uso de varas ou fios.

 

Além dos vários tipos de manipulação, é importante separar e diferenciar os variados termos e técnicas de construção de bonecos para esse tipo de teatro:

 

 

 “Bonequeiro”, em termos gerais, é quem confecciona o boneco, podendo ou não manipulá-lo (também se incluí aí o termo “Mamulengueiro”); já os “atores-manipuladores”,“manipuladores”,“titiriteiros” ou, simplesmente “atores”,  são responsáveis pela arte de “dar vida” a esses bonecos.

 

“Marionete” é o boneco que se movimenta com “fios” e só ele tem essa denominação, o  termo “Fantoche” é empregado para os “Bonecos de Luva”, ou seja, os bonecos que “vestem” a mão dos atores. Outra variação são os bonecos de “bocão” que também vestem a mão dos atores e possuem articulação na boca, podendo contar com olhos móveis ou outros recursos.

 

Os “Bonecos de Sombra” ou “Marotes”, sem muita manipulação, geralmente são utilizados apenas como “figurantes” em cena e os “Bonecos de Balcão” ficam apoiados em uma mesa e são manipulados por um ou mais atores. Há ainda os “Bonecos de Vara” que são manipulados por hastes e os “Bonecos Habitáveis”, como os de Olinda, em que os atores ficam dentro do boneco.

 

 

O termo “Teatro de Bonecos” é muito empregado para designar quase todo espetáculo desse gênero, mas vale lembrar que também existe o termo “Teatro de Formas Animadas”, que explora o “abstrato” em suas montagens e não uma figura exata, como homens ou animais.

 

Confira nomes de importantes tipos de Teatro de Bonecos no mundo: Petruchka (Rússia), Vidouchaka (Índia), Karagós (Turquia), Punch (Inglaterra), Guignol (França), Fantoccini (Itália), Mamulengo (Brasil) e Bunraku (Japão).

 

 

Em São Paulo, há um teatro na Zona Leste voltado somente para essa prática. Conheça mais em www.sobrevento.com.br.

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