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Ponto | Dionísio

Publicado em: 21/09/2010 |


O hino da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco é “Dionísio foi atingido pela loucura de Hera, indo perambular ao lado dos seres selvagens, dos loucos e dos animais.” Mas que confusão. Do que tratam essas palavras?

Bom, para começar, todos sabem que, cinco séculos antes de Cristo, na Grécia Antiga, muitos deuses eram cultuados. Um deles era Dionísio, deus do vinho, do entusiasmo, da fertilidade e do teatro.

 

Em homenagem a ele, grandiosas festas eram organizadas com as pessoas a cantarolar e a entoar, em coro, um canto de louvor que recebeu o nome de ditirambo. Foi durante essas reuniões que surgiu uma outra festa, as Dionísias Urbanas ou o primeiro traço daquilo que chamaríamos futuramente de teatro.

 

Um das pessoas que cantava o ditirambo nas festas se desligou do coro e insistiu que queria ser um deus ou um herói, como queiram, criando, assim, uma personagem. Esse primeiro “ator” começou a dialogar com o restante do coro e deu origem às peças de teatro escritas.

 

Em um pulo no tempo, os espetáculos na Grécia antiga passaram a ser encenados em construções cavadas no chão, com formato de meia-lua, rodeadas por bancos. Esses  espaços receberam o nome de teatros de arena.


Um dos mais famosos anfiteatros do período, o Epidaurus, está em pé até hoje, em Atenas, na Grécia. Patrimônio mundial, tombado pela Unesco desde 1988, o anfiteatro possuía uma acústica considerada perfeita para a época, reproduzindo com precisão e, principalmente, de forma audível, mesmo o som de um alfinete jogado ao chão.

Segundo a lenda local, há várias possíveis origens para Epidaurus. Segundo os nativos da Élida, ele era um herói epônimo, que poderia ser um filho de Pélope. Já para os nativos de Argos, contavam que ele era um filho de Argos, portanto neto de Zeus. Em contraponto, os nativos de Epidauro o consideram filho de Apolo.

 

Os espetáculos, naquele tempo, contavam histórias relacionadas aos mitos gregos. Curiosamente, só os homens podiam participar das encenações. Para os papéis femininos, os atores gregos se utilizam de máscaras.

 

Existiam dois tipos de peças: as tragédias e as comédias. As tragédias eram histórias dramáticas que mostravam homens que, por não aceitarem a vontade divina, acabavam em maus bocados. Seus autores mais famosos foram Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Já as comédias eram histórias engraçadas que receberam o nome de sátiras, em homenagem a Sátiro, um semideus rústico, dotado de orelhas grandes e pontiagudas, nariz achatado, chifres pequenos, rabo, pernas de cabra e que adorava fazer gozações. Um grande autor de comédia grega foi Aristófanes.Todos, sem exceção, influenciaram, e muito, o teatro atual.

Agora ficou fácil entender porque falamos do Dionísio no Hino da SP Escola de Teatro?

 

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