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Ponto | Dia Nacional do Escritor

Publicado em: 26/07/2011 |

“Os governos suspeitam da literatura

porque é uma força que lhes escapa”.

(Émile Zola)

 

25 de julho. O Dia Nacional do Escritor só existe por causa de João Peregrino Júnior e Jorge Amado, que realizaram o primeiro Festival do Escritor Brasileiro, na década de 60. Devido ao sucesso da iniciativa, o governo decidiu instituir uma data comemorativa a todos os escritores do País.

 

Para comemorar a data e prestar nossa homenagem à literatura, escolhemos alguns dos maiores escritores brasileiros que tiveram seus textos transformados em peças.

 

Em 1829, nascia José de Alencar. Antes de ser reconhecido pelo dom da escrita, o filho de primos foi advogado, jornalista, deputado e ministro da justiça. Sua primeira obra foi “Cinco Minutos”, quando ainda tinha 26 anos. Uma de suas marcas era falar do índio e do sertão do Brasil, valorizando a língua falada no País, o que o diferenciava de outros escritores da época. 

 

Sua estreia no teatro foi em 1857, com a peça “Verso e Reverso”.  No mesmo ano, escreveu os espetáculos “O Crédito” e “O Demônio Familiar”. Nos anos seguintes, ficaram em cartaz as montagens “As Asas de um Anjo” (1858), “Mãe”, (1860), “A Expiação” (1867), “O Jesuíta” (1875) a opereta “A Noite de São João”. O escritor teve tanta importância que um teatro no Ceará foi construído em sua homenagem. O Theatro José de Alencar foi inaugurado em 17 de junho de 1910 e demolido 63 anos mais tarde. 

 

Dez anos depois do nascimento de Alencar, veio ao mundo aquele que viria a ser o fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Machado de Assis. Além de ter sido considerado um dos maiores escritores da literatura nacional, o carioca também era poeta, romancista, jornalista, cronista, dramaturgo e crítico literário.

 

Aos 20 anos, foi autor do libreto da ópera “Pipelet”. Outras obras suas que foram para o teatro: “Hoje Avental, Amanhã Luva” (1860), “Queda que as Mulheres Têm para os Tolos” (1861), “Desencantos” (1861), “O Caminho da Porta” (1863), “O Protocolo” (1863), “Teatro” (1863), “Quase Ministro” (1864), “Os Deuses de Casaca” (1866), “Tu, Só Tu, Puro Amor” (1880), ”Não Consultes Médico” (1896) e seu último texto, escrito dois anos antes de sua morte, “Lição de Botânica” (1906).

 

Oswald de Andrade se autoentitulava o poeta que “dobrou a esquina de um século” por ter presenciado a virada do século 1900. 

 

Começou no teatro em 1934, com a peça “O Homem e o Cavalo”. Três anos depois, escreveu os espetáculos “A Morta” e “O Rei da Vela”; considerado o primeiro texto modernista do teatro e o desencadeador do Movimento Tropicalista, 30 anos mais tarde.

 

Antes de ser um escritor consagrado, Nelson Rodrigues foi repórter policial por muitos anos. Foi nesse período que o pernambucano adquiriu experiência para adentrar o mundos do teatro e escrever peças a respeito da sociedade. Além da escrita, futebol também era sua paixão. Por isso, em 1962, resolveu juntar o útil ao agradável e começou a escrever crônicas esportivas. 

 

Sua primeira peça foi “A Mulher Sem Pecado” (1941). Entretanto, Rodrigues só presenciou o sucesso dois anos mais tarde, com o espetáculo “Vestido de Noiva”. “Álbum de Família” (1945), “Anjo Negro” (1946), “Senhora dos Afogados” (1947), “Doroteia” (1949), “Valsa nº6” (1951), “Viúva, Porém Honesta” (1957) e “Anti-Nelson Rodrigues” (1974) são outras montagens de sua autoria.

 

Jornalista, escritor e dramaturgo, nascido em 1948, no Rio Grande do Sul, Caio Fernando Abreu foi perseguido, aos 20 anos, pelo Departamento de Ordem Política e Social, por causa de seus escritos. Refugiou-se na Europa por um ano. Ao voltar para o Brasil, foi visto na rua usando brincos nas duas orelhas e cabelos vermelhos, o que era um absurdo para a época.

 

Na década de 70, algumas de suas obras também subiram aos palcos: “Diálogos”, “Pode Ser que Seja Só o Leiteiro Lá Fora” e “Sarau das 9 às 11”. Na década seguinte, escreveu “A Comunidade do Arco-Íris”, “Reunião de Família”, “A Maldição do Vale Negro”, “O Homem e a Mancha”, “Zona Contaminada” e “Aqueles Dois”, que, além de encenado, ganhou uma versão cinematográfica, dirigida por Sérgio Amon.

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