1895. França. Paris. Pessoas amedrontadas fogem de um trem em movimento. Os irmãos Lumière tentam explicar que aquilo é só um vídeo. Mas elas já estão bem longe da sala escura.
Essa foi a primeira exibição de um filme pelos irmãos Auguste e Louis Lumière, considerados os criadores do cinema. O vídeo mostrava um trem partindo de uma estação em direção à câmera. A imagem causou pânico em todos. O público nunca tinha visto algo parecido. O projetor utilizado chamava-se cinematógrafo e surgiu de adaptações de projetos de outros inventores.
No Brasil, a primeira exibição foi realizada no dia 8 de julho de 1896. O Rio de Janeiro foi o palco para a primeira projeção pública dos irmãos Lumière, e rendeu a primeira sala de cinema no País. A partir daí, surgiram as primeiras produtoras, companhias e estúdios.
Hoje, o Brasil tem longas premiados e conhecidos mundialmente, como “Cidade de Deus” e “O Bicho de Sete Cabeças”. E por que estamos falando disso hoje? Explica-se: 19 de junho é o Dia do Cinema Brasileiro.
Do cinema para o teatro e vice-versa
Entre tantos trabalhos realizados, alguns espetáculos foram adaptados para a telona e alguns filmes, levados aos palcos. Confira como “dá samba” essa mistura cinema/teatro brasileiro.
Qualquer Gato Vira-Lata Tem Uma Vida Sexual Mais Sadia Que a Nossa
A comédia de Juca de Oliveira estreou no palco do Teatro Bibi Ferreira em 1998. A peça narrava as aventuras amorosas de Tati e seu namorado, Marcelo. A história evolui quando a garota conhece o professor de biologia Conrado e o convida para realizar alguns “experimentos”.
No cinema, “Qualquer Gato Vira-Lata” estreou em 2011, com direção de Tomas Portella e roteiro adaptado pelo próprio Juca de Oliveira, além de Claudia Levay e Júlia Spadaccini. No elenco, Cleo Pires, Dudu Azevedo, no papel de Marcelo, e Malvino Salvador, como o tal professor.
Eu te Amo
Em 1981, o longa-metragem de Arnaldo Jabor contava a história do empresário falido Paulo, interpretado por Paulo Cesar Pereio. O homem foi abandonado pela mulher, Barbara (Vera Fischer), e conhece Mônica (Sônia Braga). Os diálogos entre Paulo e Barbara, de tom surrealista, aconteciam através de uma televisão. No final, havia uma participação especial de Regina Casé.
A obra foi para os palcos com adaptação da atriz e protagonista Juliana Martins e direção de Lírio Ferreira e Rosane Svartman. O espetáculo estreou no Rio de Janeiro, no ano passado, e cumpriu temporada em São Paulo e em outros Estados. Juliana dividiu o palco com o ator André Gonçalves, até que ele foi substituído por Alexandre Borges. O enredo segue o dia a dia de Paulo, que conhece Mônica pela internet. A moça, frustrada com a sua vida, finge ser uma prostituta para conquistar o cineasta falido.
Juliana Martins e Alexandre Borges na adaptação teatral de “Eu te Amo” (Foto: Divulgação)
Texto: Leandro Nunes