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Ponto | Caro e problemático

Publicado em: 20/08/2013 |

Não é raro ver pessoas associando o preço de algum produto ou serviço à sua qualidade. No teatro, essa falsa “regra” muitas vezes vai por água abaixo de maneiras ainda mais escandalosas. E é justamente isso o que acontece com o musical da Broadway “Spider-Man: turn off the dark”.

 

A produção de musicais desse tipo não costuma envolver pouco dinheiro, mas a adaptação da história de Peter Parker alcançou um valor exorbitante e se tornou o musical mais caro da história da Broadway: foram gastos cerca de US$ 75 milhões (algo em torno de 180 milhões de reais).

 

Apesar de todo este montante, desde 2010, quando começou a fazer apresentações, o espetáculo carrega consigo um aterrador estigma e vários ossos quebrados: quatro pessoas se feriram nos ensaios abertos ao público. Um deles, Richard Kobak, dizendo ter sofrido uma concussão, contusão no pescoço e dois ferimentos no joelho, até processou os produtores.

 

No dia 21 de dezembro de 2010, durante os malabarismos do herói aracnídeo (ao pular de uma ponte para salvar sua amada Mary Jane), o principal dublê da montagem caiu de uma altura de seis metros e ficou gravemente ferido. Resultado: uma fratura no crânio, quatro costelas e três vértebras quebradas, e ferimentos no ombro.

 

O musical continuou sendo apresentado até que a saga do Homem-Aranha no teatro foi novamente manchada de sangue. No último dia 15, o ator Daniel Curry, um dos nove que vivem o herói durante o espetáculo, ficou com a perna presa em um equipamento, acidente que gerou uma grave lesão no artista.

 

Logo no dia seguinte ao ocorrido, “Spider-Man: turn off the dark” foi apresentado normalmente na Broadway. Rick Miramontez, porta-voz do espetáculo, disse: “os elementos técnicos do show estão todos em bom funcionamento, e podemos confirmar que defeito de funcionamento não foi um fator no acidente”. Será mesmo?

 

Fato é que o musical, apesar de sucesso de bilheteria (na semana posterior ao Natal de 2012, alcançou a bilheteria recorde de U$ 2,9 milhões), acumula uma série de problemas técnicos, como se viu, e até jurídicos: Julie Taymor, ex-diretora que foi demitida após os acidentes, entrou com uma ação judicial cobrando cerca de US$ 300 mil em direitos não pagos.

 

 

Texto: Felipe Del

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