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Ponto | Artistas do Mundo Animal

Publicado em: 04/10/2011 |

A mascote Cacilda em cena (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Os animais são muitos mais do que apenas uma classe de ser vivo que divide espaço na Terra com nós, seres humanos. Eles já fazem parte de nossas vidas de diversas formas, como animais de estimação, guias e ajudantes no desenvolvimento de pessoas com deficiência, sem falar no equilíbrio que oferecem à cadeia alimentar.

 

Não se pode negar que o mundo sem eles não seria o mesmo. Em homenagem aos importantes personagens dessa matéria, hoje (4), que é comemorado o Dia Mundial dos Animais, vamos falar um pouco sobre a presença deles em uma das artes mais seculares: o teatro.

 

O palco, antes destinado apenas aos atores e atrizes, há algum tempo, também abre espaço aos animais. De pequeno a grande porte, quando surgem atrás das cortinas, os bichos se transformam em verdadeiras estrelas. Vale lembrar que as peças a seguir contaram com a infraestrutura necessária para garantir a integridade física dos animais.

 

Um dos maiores espaços teatrais do País, o Theatro Municipal de São Paulo, possui um monta carga, mais conhecido como “elevador de animais”. Durante anos, o equipamento foi utilizado para transportar grandes animais como cavalos, camelos e elefantes, que, na década de 80, subiram ao palco na ópera “Aída”, de Giuseppe Verdi. 

 

O espetáculo, que foi encomendado pelo governo egípcio, em 1870, para comemorar a abertura do canal de Suez, baseia-se na relação de dois amantes que vivem em mundos diferentes, mas que veem seus destinos se cruzarem em um mesmo lugar, no antigo Egito. Os grandes animais faziam parte das cenas e davam mais veracidade à história.

 

Em 2007, no Sesc Pompeia, outra peça levou ao palco uma participação inusitada: um cão adestrado. “Os Dois Cavalheiros de Verona” é uma comédia Shakesperiana que retrata a vida de dois amigos de Verona. Em meio a alguns desentendimentos, mas sempre ao lado do seu cãozinho, eles descobrem o significado e o valor de uma verdadeira amizade.

 

Dois anos depois, o público lotou o Teatro Alfa para assistir “O Domador de Férias”, de Marcelo Zurawski. No elenco, estava Puffy, uma cachorrinha da raça Pastor de Shetland, que interpretava Laika, a cadela que foi mandada para o espaço na nave soviética Sputnik II, em 1957. A trama se desenrolava de acordo com as suas ações, o que tornava a peça um show de improviso.

 

Aqui, na SP Escola de Teatro, a interferência animal também é bem-vinda. Em 2010, durante um exercício cênico de um grupo de aprendizes de Direção, Cacilda, a mascote da Escola, foi “convidada” para participar de uma cena de  “O Jardim das Cerejeiras”, de Anton Tchecov. Sua “atuação” foi tão natural que a cadelinha quase roubou a cena e, de quebra, conseguiu calorosos aplausos.

 

Texto: Jéssika Lopes

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