Nas últimas semanas, falamos sobre o surgimento do palco italiano e o uso da “quarta parede” e, para fechar esse ciclo, nada melhor que esmiuçar alguns termos teatrais relacionados ao tema.
No teatro, caixa preta, por exemplo, não se refere ao sistema de registro de voz e dados existente nos aviões, mas é, antes, um sinônimo para o termo palco italiano.
Outra palavra que faz franzir a testa dos mais desavisados é coxia, vocábulo que, da marinha à agricultura, tem significados diferentes, mas no teatro se refere ao corredor, não visível ao público, em torno do palco. Ou seja, sinônimo para a palavra bastidor.
É na chamada coxia, por exemplo, que o elenco aguarda sua deixa para entrar em cena e, por analogia, esse vocábulo passou a ser usado para se referir a todo e qualquer espaço situado fora da cena de uma montagem.
E as cortinas? Você acha que no teatro as cortinas são somente aquelas peças de veludo ou de outro tecido qualquer, suspensas por argolas ou trilhos, para proteger e adornar a boca de cena de quase todos os palcos tradicionais?
Se disse sim, acertou em parte. No jargão teatral, a cortina também tem relação com um recurso chamado de “número da cortina”, utilizado por alguns diretores ou dramaturgos para solucionar uma troca mais complicada de cenário ou figurino.
Os “números de cortina” podem ser realizados por atores, cantores ou qualquer outro tipo de artista. O importante é manter o tempo preenchido e a plateia distraída.
Eram recursos muito utilizados no teatro de revista, nas operetas e nas comédias ligeiras tão em voga em nosso teatro, nos anos 20 do século passado, no pólo cultural que foi a Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro.
“Revistas, operetas e comédias ligeiras”? “Praça Tiradentes”? Bom, isso já é outra história, papo os próximos Pontos. Até lá!
