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Ponto | A flor proibida

Publicado em: 26/05/2015 |

É costume no teatro, especialmente nas estreias, oferecer flores ao elenco. Mas todo cuidado é pouco na hora de escolher um buquê destinado a um ator ou a uma atriz. É bom prestar atenção e jamais – isso mesmo, jamais, em tempo algum e por nenhum motivo – montar um ramalhete de cravos, mesmo que seja para um homem e/ou a banca de flores estiver repleta de exemplares vistosos desse tipo de flor. Existe uma razão histórica e supersticiosa sobre o veto dos cravos ao elenco.

A principal razão para que os cravos fossem banidos dos teatros remonta ao século 19. Conta a história que, na Comédie Française, em Paris, quando os atores atuavam com contratos anuais, o diretor no dia da estreia enviava flores às atrizes. O buquê em questão era uma forma de dizer se o contrato seria mantido ou não. Rosas significavam que o trabalho havia sido aprovado e o contrato mantido e renovado. No entanto, se a atriz recebesse cravos, já estava avisada: seu desempenho não chegou a ser satisfatório e ela estava demitida.

Portanto, presentear cravos numa estreia – ou em qualquer outra récita de uma peça teatral – pode significar uma reprovação ao trabalho do artista. Logo, escolha rosas ou qualquer outra flor. É mais elegante e não provocará nenhum ressentimento futuro.

Ou seja, o teatro é cheio de superstições e todas devem ser respeitadas. Cada ator tem a sua antes de subir ao palco. Por mais estranha que posso aparecer, nunca deve ser questionada. O resto do elenco e equipe técnica deve apenas respeitar o colega e sua “mania”. Afinal, quem não tem alguma superstição?


Texto: Carlos Hee

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