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Pondé visita aprendizes do Módulo Azul

Publicado em: 20/03/2013 |

Na manhã de ontem (19), a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco recebeu o filósofo, ensaísta e colunista Luiz Felipe Pondé. O recifense, autor de livros como “Contra um Mundo Melhor: Ensaios do Afeto” (2009) e “Guia Politicamente Incorreto da Filosofia” (2012), discursou sobre as obras do sociólogo Zygmunt Bauman. 

 

A intenção foi trazer provocações para os aprendizes do Módulo Azul, cujo material de trabalho são as obras do polonês. No início do semestre, Bauman foi escolhido como Operador, ou seja, o material de trabalho a ser explorado. E, a partir das obras e do pensamento do autor, os núcleos se expressarão por meio do eixo temático Performatividade. 

 

Bauman nasceu em novembro de 1925. Durante a Segunda Guerra Mundial, militou ativamente pela construção do socialismo em seu país. Ao longo de sua carreira e em diversas obras, definiu a época em que vivemos como “Modernidade Líquida”. O termo abarca, principalmente, as relações sociais e afetivas, o que ele chama de “amor líquido”, em que as pessoas desejam interagir, mas não querem se comprometer ou correr riscos. 

 

Luiz Felipe Pondé durante palestra com os aprendizes (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Pondé iniciou traçando um panorama dos pensadores da modernidade. “Quase todos os autores são pessimistas a respeito do nosso tempo. A modernidade prometeu que a ciência, a técnica e a gestão racional nos salvariam. Bauman olha para tudo isso e diz: ‘Putz, acho que deu errado’”, resumiu. 

 

Como objeto de pesquisa, o sociólogo denuncia uma crise nas relações. “As pessoas investem em um namoro, mas sempre duvidando. Existe o medo de sofrer e de se machucar. Por isso, é mais fácil não ter compromissos”, afirmou Pondé. Outro sintoma são os muitos papéis sociais: “Você é mulher, mãe, filha, esposa, profissional, amante, amiga, vegetariana, esportista. As pessoas são fragmentadas em milhares de identidades e chega um momento em que é impossível sustentar tudo isso. E tudo desaba”, defendeu.

 

A aprendiz do curso de Direção Maria Sobral mostrou-se entusiasmada com as palavras de Pondé. “Ainda estou refletindo sobre tudo o que ele falou. Estamos estudando e debatendo as obras de Bauman e chegou a hora de levar a nossa pesquisa para o Experimento. Estou ansiosa”, contou.

 

Texto: Leandro Nunes 

 

 

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