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Poesia, Música e Limpeza Simbólica no Brás

Publicado em: 30/09/2011 |

Vassouras, instrumentos de sopro, percussão, a voz e o corpo foram as ferramentas utilizadas pelo grupo Cinco do projeto “SP com Poesia”, colocado em prática como contrapartida dos aprendizes beneficiados pela Bolsa-Oportunidade do Programa Kairós da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.

 

Em uma apresentação na quinta-feira (29), às 13h, partindo da sede da Escola, os vários aprendizes que compõem o grupo saíram pela Avenida Rangel Pestana – onde se encontra a Instituição – em direção ao Largo da Concórdia. Enquanto alguns caminhavam com vassouras em mãos, limpando os trechos por onde passavam, outros faziam soar o som de instrumentos e palmas ao mesmo tempo em que entoavam canções. 

 

Depois de alguns minutos, o conjunto chegava ao seu destino, cujo espaço central serviu de palco para a reunião dos participantes. Sobre o gramado e ao redor de uma árvore, os aprendizes deram continuidade à cantoria. Algumas das músicas apresentadas no decorrer da intervenção foram: “Fulô”, da banda Casa de Farinha; “Ladainha”, de Geraldo Vandré; “Cangoma me Chamou”, de Clementina de Jesus; além de dois cantos a Oxalá.

 

 Aprendizes no Largo da Concórdia durante a intervenção (Foto: Felipe Del)

 

Luana Micheli Hasen, aprendiz de Sonoplastia, foi responsável por uma parte da trilha musical da ação. Ao longo da saída, ela foi improvisando um rap, misturando, em sua letra, elementos das raízes da cultura nacional – tema do livro “Viva o Povo Brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro, que norteia os estudos dos aprendizes do Módulo Amarelo – ao que encontrava no caminho. “Não há nada mais brasileiro que o Brás. Aqui tem gente de tudo quanto é jeito, uma diversidade incrível”, comenta.

 

A utilização de vassouras, segundo o aprendiz de Dramaturgia Daniel Alves, tinha relação com a ideia de efetuar uma “limpeza moral” pelas ruas da cidade. O grupo também partiu do estudo de festas populares para compor a intervenção. 

 

“Estamos investigando festas populares. Para isso, dividimos os encontros da seguinte maneira: em um, levantamos as características das festas, no outro, trazemos esses elementos e resignificamos. A varreção, por exemplo, foi extraída da lavagem da escadaria do Senhor do Bonfim”, explica Francisco Andrade Santos, aprendiz de Direção e representante do grupo Cinco, que continua realizando suas atividades nas quintas-feiras, às 13h.

 

Os demais grupos que integram o projeto SP com Poesia se apresentam semanalmente, de terça-feira a sábado, às 13h ou 14h, sendo dois grupos por dia. Cada um deles propõe ações que levem cultura e mudem o cotidiano da comunidade da região do Brás, bairro que abriga a SP Escola de Teatro.

 
 
Texto: Felipe Del

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