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Performances e Instalações Unem Hemisférios

Publicado em: 17/01/2013 |

Chovia na Praça Roosevelt. Noite de quarta-feira (16), poucos ousavam encarar o mau tempo que tomava conta da cidade. Ainda assim, um prédio naquele local iluminava seu entorno e fazia ecoar músicas, reunindo várias pessoas. Muitas delas conversavam em inglês. Outras, em espanhol. Em outros grupos, falava-se os dois idiomas.

 

O que havia em comum entre todas elas era a razão de estar ali: o 8º Encontro do Instituto Hemisférico – ou, para que todos compreendam, 8º Encuentro del Instituto Hemisférico, ou 8th Encuentro of the Hemispheric Institute –, o maior evento de performances das Américas. 

 

Desde domingo (13), a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, uma das parceiras na realização desta edição do Encontro, recebe, em sua Sede Roosevelt, uma vasta programação. E, na noite de ontem, o programa continuou, com performances, instalações e exposições.

 

No 8º andar, o mexicano Eugenio Salas apresentava “Expresso Yyzgru”. No ambiente, decorado com vários objetos distintos que pareciam fazer parte de uma coleção aleatória, a performance na qual o artista batia forte e rapidamente nas teclas de seu MacBook para mostrar ao público, por meio de um projetor, sequências de fotografias que narravam diferentes histórias.

 

“Estou interessado no potencial de intercâmbio de produtos como ponto de partida para explorar as plataformas coletivas auto-geridas entre o público, artistas e trabalhadores culturais. Meu trabalho implica na organização de plataformas de intervenção em lugares específicos, que podem ser percebidos como caleidoscópios”, explica.

 

Enquanto isso, outras instalações podiam ser visitadas pelos participantes, como “Pinheiros Brancos Sobre Água”, da canadense Julie Nagam; “Quieto Pelo”, da colombiana Liliana Ângulo, e “Oração Contra o Silêncio”, da colombiana Nadia Granados. Todas elas convidavam o público a colocar fones para captar melhor o áudio dos vídeos que eram transmitidos em televisores.

 

A partir das 22h, como de costume, começou o “Trasnocheo”, festival de performances, restrito aos participantes do Encontro. Com muitas novidades, subiram ao palco vários artistas que ainda não tinham se apresentado. 

 

A americana Ariel Speedwagon fez sua “Performance em Spanglish Ruim”, arrancando risos ao forçar um espanhol que acabava misturado com sua língua natural para cômicas declarações sobre sexualidade, família e seu país de origem e seus conterrâneos, os “americanos com catchup”.

 

Ariel Speedwagon em “Performance em Spanglish Ruim”

 

Também foi ao palco “The Twisted She Project”, da canadense T.L Cowan, que, incorporando uma personagem, abordava temas como o preconceito da Igreja contra os homossexuais e os transexuais. 

 

Logo perto da entrada do teatro, uma mulher com rosto revestido por um véu negro estava sentada. À sua frente, sobre a mesa e dentro de uma mala, alguns pertences espalhados. Tomando pelas mãos os participantes, a enigmática figura mostrava, tranquilamente, com lanterna e lupa, sua coleção. Essa era a americana Breatrice Glow, em “Museo Migratorio”.

 

E, como a festa não pode parar, hoje (17), o “Trasnocheo” mostra, a partir das 22h, as performances inéditas dos colombianos Carlos Monroy & Benjamin Lundberg, em “O Mesmo Colombiano: Um Tête-À-Tête para Dois” e “Fora de Estado”, do porto-riquenho Urayoán Noel, além de outros artistas que dão prosseguimento às suas propostas.

 

 

Texto: Felipe Del

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