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Estudantes da SP Escola de Teatro contam sobre as atividades artísticas oferecidas aos jovens bolivianos

Publicado em: 28/03/2023 |

Estudantes-bolsistas da SP Escola de Teatro e crianças e adolescentes bolivianos da região da sede Brás estão sentados em círculo realizando atividades artísticas

Estudantes da SP Escola de Teatro realizaram atividades artísticas para crianças e adolescentes bolivianos da região da sede Brás

No segundo semestre de 2022, a SP Escola de Teatro realizou, por meio do Programa Oportunidades, atividades artísticas para crianças e adolescentes bolivianos que moram próximos à sede Brás da instituição.

A realização foi resultado de uma parceria entre a SP Escola de Teatro e a Associação de Mulheres Imigrantes Luz e Vida, oferecendo oficinas de jogos teatrais para esses jovens. Elas foram divididas em dois grupos e ministradas pelos estudantes da SP contemplados com a Bolsa-Oportunidade: Diego Jean Loman, Nathalia Christine da Silva Morais, João Pedro da Silveira Mariana, Daline Sales Frazão da Silva e Maurílio Henrique Guimarães.

Os estudantes Diego e João Pedro, representantes de cada grupo, concederam uma entrevista à SP Escola de Teatro relatando a importância dessas oficinas tanto para eles, como estudantes-artistas, quanto para os jovens bolivianos.

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Confira a entrevista:

Como foi a experiência das oficinas de jogos teatrais para as crianças e os jovens bolivianos moradores do Brás?
Diego: A experiência de ministrar junto a Nathalia foi muito interessante e muito divertida, as tardes passavam super rápidas e eram produtivas. Acho importante frisar que era uma iniciação ao teatro, aos jogos teatrais e a criação de uma mini cena. Nenhum dos jovens tinham qualquer experiência com a cena ou com jogos teatrais, então a música, a brincadeira e a nossa escuta como condutores estavam sempre presentes nos encontros. Muito do que eu estava trabalhando como estudante nas aulas da SP foi adaptado e passado para os encontros dos jovens, isso foi legal para o aprendizado e para memorizar jogos e exercícios.

João Pedro: Foi uma experiência transformadora e enriquecedora, a troca que tivemos com as crianças foi muito bonita. Conseguimos acessar lugares, transmitir conhecimentos e aprender com cada uma que estava ali. Fizemos inúmeras atividades e foi um jogo de muito afeto, carinho e confiança. Conseguimos colocar uma semente no coração de cada uma e saímos com a esperança que um dia, essa semente brote, e teremos pequenos jovens adultos influenciados pela arte e cultura.

Como as crianças e os jovens reagiram à proposta das oficinas?
Diego: As crianças e os jovens me trouxeram feedbacks positivos nos finais dos encontros e em toda a oportunidade acontecia rodas de conversa para falar sobre sensações, dificuldades, entre outros. Conversamos bastante para que nada deixasse eles desconfortáveis. Sabemos que o trabalho do teatro mexe com a exposição, então fomos fazendo um ambiente seguro e no decorrer dos encontros eles foram se soltando. Nos primeiros encontros não falavam muito e do meio pro final já estavam confortáveis para se arriscarem e tentarem. Os relatos das mães deles sobre o interesse ao teatro foi algo que me marcou bastante, até uma delas me falou que ajudou muito ele a enfrentar uma depressão, foi muito forte.

João Pedro: No começo, sentimos elas tímidas, porque não haviam tido contato com o teatro e pensamos em formas de deixá-las confortáveis. Estávamos em três pessoas, duas de Atuação e uma de Cenografia e Figurino, então de início, começamos a apresentar o que eram essas áreas e quais papéis elas exerciam dentro do fazer teatral, trazendo tanto a teoria quanto a prática. Percebemos que elas se soltavam e se sentiam mais confortáveis em exercícios coletivos, quando todas as crianças (e as mães de algumas delas) participavam. Após isso, começamos a trazer propostas de brincadeiras cênicas, que eram mais extrovertidas e faziam com que elas se soltassem cada vez mais. Recebemos feedbacks incríveis, que encheram o coração de amor e a esperança de mudar o mundo através da arte.

Por ser estudante do curso técnico de teatro da SP Escola de Teatro, como você está levando esses aprendizados para sua carreira profissional?
Diego: Acho que como artista de palco, ter a experiência de ser educador ou formador e ter essa vivência de conduzir, organizar e transmitir aquilo que escolheu fazer é importante para uma formação mais integral. Sou educador popular há algum tempo e tenho vivências com projetos e encontros, porém sempre é muito produtivo e desafiador estar conduzindo um projeto como esse, acho necessário.

João Pedro: Comecei no teatro de grupo desde muito novo, então tive a oportunidade de ter vivências práticas, em espetáculos e em festivais de teatro. Porém, como sempre estive na correria do fazer, nunca tive tempo para parar e estudar o que eu estava fazendo. Agora, na SP Escola de Teatro, estou tendo um aprofundamento maior dentro do fazer artístico. A escola é dividida por eixos temáticos (narratividade, personagem e conflito, performance e autonomia) e com isso eu consegui ter um foco e um entendimento do que eu fazia antes. A SP me despertou um lugar de ator criador, onde me sinto sempre pronto e preparado para criar a qualquer momento, e também de saber quais são os objetivos do meu ofício, onde eu me encaixo como ator e quais são os meus limites dentro da minha linha de estudo. Outrora, também tive oportunidades fora da minha linha de estudo, como contribuir com oficinas de língua portuguesa para imigrantes e também as oficinas de teatro para crianças e jovens, as quais todas fizeram parte do meu desenvolvimento artístico e pessoal.

Para você, qual é a importância da SP Escola de Teatro como centro de formação para as artes do palco?
Diego: Acho que quanto mais a escola quebrar suas paredes e alcançar formas de atingir a população ao seu redor é o que acredito como uma instituição que pensa em seu entorno e realmente acredita na arte como transformação.

João Pedro: Sinto que para mim, a maior importância da SP, como formadora para as artes do palco, é a troca. É muito rica a colaboração que temos com cada pessoa, com cada artista de diferentes linhas de estudo e com cada artista formadores que passou pela nossa trajetória. Trabalhamos com pessoas, que antes da SP, infelizmente, eu não teria a oportunidade de trabalhar, mas que agora foram criadas conexões para além da escola. O momento dos núcleos e de criar um experimento é essencial na vida de quem quer se preparar para o mundo artístico e para o mercado de trabalho. São muitos artistas com um único objetivo, o “fazer teatro”. Vivenciar esse local é uma sensação inexplicável, sou muito grato por tudo o que vivi na escola e estou realizando um grande sonho. Recomendo muito esse grande universo que é a SP Escola de Teatro.




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