EN | ES

O Módulo Azul e a Busca pela Performatividade

Publicado em: 01/02/2013 |

O Módulo Azul da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco flutua em torno do teatro performativo. De olho nisso, tema e seus elementos estão sendo debatidos e pesquisados pelo corpo pedagógico da Instituição – coordenadores, formadores e artistas residentes – e por especialistas convidados.

 

Ontem (31), três colóquios foram realizados na Sede Roosevelt da Escola. Na parte da manhã, sob o comando da professora, atriz e performer Narahan Dib Fracalanza, os encontros tiveram como motivação os assuntos “Iconoclastia e o Teatro dos Corpos” e “Teatro Performativo ou a Performance Art na Quarta Parede”.

 

Narahan, que é Mestre em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade São Paulo (ECA/USP), com estudo sobre corpo e linguagem no teatro de imagem italiano – tendo como objeto o grupo Socìetas Raffaello Sanzio, fundado pelo diretor italiano Romeo Castellucci –, dedicou o tempo a falar sobre o encenador.

 

Exibindo algumas fotografias de montagens dirigidas pelo italiano, a artista comentou a forma como ele constrói – ou destrói – significados e causa efeitos por meio de seus trabalhos, especialmente pela maneira como explora corpos em cena, imagens fortes e temáticas polêmicas, como religião.

 

Segundo Ivam Cabral, diretor executivo da Escola, a obra de Castellucci serve como material de trabalho para os aprendizes do Módulo Azul. “Foi um artista rejeitado pela academia por muito tempo e hoje é referência no campo da performance. Por isso, resolvemos prestar atenção em seu trabalho. Ações como essas mostram que a Instituição está conectada com os maiores pensadores contemporâneos”, disse.

 

Já no período da tarde, os participantes do colóquio reuniram-se novamente, dessa vez para discutir “As Intersecções entre o Teatro e a Performance”, procurando encontrar o “cruzamento” entre um e outro, onde eles se encontram e no que esta confluência pode resultar. A diretora gaúcha Beth Lopes, que hoje integra o corpo docente do Curso de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), foi a convidada para esta parte.

 

Beth Lopes (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Ainda que tenha sido apresentada pelo coordenador pedagógico, Joaquim Gama, como uma “pessoa com grande autoridade para falar sobre a relação entre teatro e performance”, Beth fez questão de deixar clara a complexidade de uma possível tentativa de definir ou limitar o que seria, afinal, a performance. 

 

“Quando pensamos em performance e performatividade, ainda pensamos em teatro. Trata-se de algo que não está ligado ao teatro do texto, da mimese, da representação. Está nos corpos dos atores, pode estar na luz, na cenografia”, disse, completando, enquanto traçava um breve panorama histórico, que a performance “sai da esfera teatral e se expande para outras disciplinas” e que “chegou para radicalizar qualquer tipo de expressão artística”.

 

Hoje (1º), acontece a última reunião que integra o ciclo de colóquios deste início de semestre. “Da Pós-modernidade à Modernidade Líquida nas Relações Humanas: Fragmentos de Zygmunt Bauman” é o título do encontro, que terá como convidado especial Alexandre Werneck, professor adjunto do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

 

Texto: Felipe Del

Relacionadas:

Uncategorised | 16/ 04/ 2024

Premiado musical ‘Bertoleza’ ganha nova temporada, gratuita, no Teatro Paulo Eiró

SAIBA MAIS

Uncategorised | 09/ 11/ 2023

Palestra com a artista sul-africana, Ntando Cele, acontece na SP Escola de Teatro nesta sexta (10)

SAIBA MAIS

Uncategorised | 20/ 09/ 2022

Pamy Rodrigues, artista egressa da SP, assina direção de espetáculo feminista inspirado no conto O Papel de Parede Amarelo

SAIBA MAIS