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O livro do mês | ‘Concerto barroco às óperas do judeu’

Publicado em: 07/05/2014 |

Todo início de mês, o portal da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco traz uma indicação literária de Maurício Paroni de Castro, diretor e dramaturgo, que também coordena o espaço de discussão informal chamado de Chá e Cadernos, realizado sempre na última sexta-feira do mês, na Sede Roosevelt da Instituição.

 

Assim, o livro do mês de maio, segundo Paroni, é “Concerto barroco às óperas do judeu”, livro de Francisco Maciel Silveira (Ed. Perspectiva). A obra está disponível na biblioteca da Escola.

 

 

“Em geral, esquece-se da importância desse gigantesco homem de teatro da língua portuguesa, nosso também. As versões do que poderia ter sido a biografia deste autor são muitas, mas o certo é que se trata do primeiro encenador da língua luso-brasileira, um carioca educado em Portugal, queimado na fogueira da intransigência inquisitória. Este livro traça todas elas”, comenta Paroni.

 

Para se ter uma ideia da leitura, um trecho do estudioso Marcio Ricardo Coelho:

 

O poeta e dramaturgo brasileiro Gonçalves de Magalhães, por exemplo, no prólogo da tragédia com que busca criar um teatro nacional em seu país, “Antônio José ou O poeta e a inquisição”, embora afirme ter escolhido encenar a vida trágica do autor das Óperas por ser este um “autor brasileiro” e com isto justificar sua tragédia como inauguradora de um teatro nacional (cf. GOMES, 2004), expressa certa reserva em relação à qualidade do teatro de Antônio José, que lhe parecia demasiadamente cômico e satírico, mas afirma, ainda assim, ser o Judeu o único rival de Gil Vicente no âmbito do teatro em Língua Portuguesa: 

 

Dotado de um gênio nimiamente cômico e satírico, deu-se [Antônio José] a composições teatrais, desprezando todas as regras estabelecidas, e não atendendo senão ao estado do povo para quem escrevia. Em vão o Conde de Ericeira, então literato de grande nota, e Legislador do parnaso luso, o aconselhava a imitar a Molière (…) Antônio José ouvia os conselhos do seu nobre amigo, admirava Molière, mas seu gênio era outro. Apesar de todos os seus defeitos, mereceu a denominação de Plauto Luso. Antônio José é o único rival de Gil Vicente, e suas composições ainda hoje são aplaudidas nos teatros de Lisboa. (GONÇALVES DE MAGALHÃES, 1865, p. 6).

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