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O Epílogo de Christiane Riera

Publicado em: 14/05/2012 |

Christiane Riera (Foto: Acervo pessoal)

 

O teatro brasileiro está de luto após perder uma mulher de palavras.  Na última sexta-feira (11), a dramaturga e crítica Christiane Riera morreu em São Paulo, por conta de um câncer de pulmão. Apesar de jovem -ela tinha 44 anos de idade-, a artista deixou, em sua partida, um belo legado e uma vasta contribuição para o cenário teatral do Brasil.

Com a ideia de homenageá-la, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco publica hoje, aqui no portal, uma série de depoimentos de outros profissionais do meio teatral que a conheceram, compartilhando suas memórias sobre Christiane e prestando suas respectivas homenagens.

Antes, conheça abaixo um pouco sobre a trajetória de Christiane, com informações sobre sua vida e obra, extraídas da Teatropedia – Enciclopedia Virtual das Artes do Palco.

 

Christiane Riera (São Paulo/SP, 1968 – São Paulo/SP, 2012) foi crítica e dramaturga.

Christiane Riera foi dramaturgista com Mestrado e Doutorado em Dramaturgia e Crítica Dramática pela Yale University/Yale School of Drama, onde defendeu sua tese sobre o processo colaborativo em grupos de teatro brasileiro contemporâneo, com foco no Teatro da Vertigem e na Companhia do Latão.

Formada em Letras e mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP), onde concluiu sua tese sobre Nelson Rodrigues, sob orientação do Prof. Roberto Ventura, fazia seu Pós-Doutorado no Departamento de Cinema da ECA/USP com um projeto de pesquisa em dramaturgia para o cinema sob a supervisão da Profa. Dra. Esther Hamburger.

Passou sete anos nos Estados Unidos, estudando e trabalhando com teatro. Foi crítica colaboradora do jornal The Village Voice, em 2001. Naquele mesmo ano, foi freelancer como consultora em dramaturgia avaliando textos teatrais para o The New York Theater Workshop. Naquela época, já havia trabalhado por três anos como consultora para o Yale Repertory Theater e estagiado no The Flea Theater, em TriBeCa.

Sua experiência em montagens como dramaturgista inclui “O Misantropo”, dirigida por Lisa Channer; “Tango Palace”, dirigida por Miranda Hoffann; “O Doente Imaginário”, dirigida por Mark Rucker; “Macbeth”, dirigida por David Kennedy, e “Crumbs from the Table of Joy”, dirigida por Seret Scott.

De volta ao Brasil, trabalhou por quatro anos como consultora de roteiros para a produtora de cinema Gullane Filmes, desenvolvendo projetos de longa-metragem com os diretores Cao Hamburger, Laís Bodansky, Heitor Dhalia e Carlos Cortez. Ainda nessa produtora, coordenou os oito primeiros episódios da série “Alice”, para a HBO, sob a direção de Karim Aïnouz e Sérgio Machado. Naquela época, também traduziu e produziu, ao lado de Maria Luísa Mendonça, o espetáculo “Essa Nossa Juventude”, do dramaturgo americano Kenneth Lonergan, que obteve duas indicações para o prêmio Shell.

Depois de trabalhar como consultora de dramaturgia no roteiro do longa “O Jardineiro Fiel”, dirigido por Fernando Meirelles, foi convidada para coordenar o departamento de desenvolvimento de projetos da produtora O2 Filmes num acordo de co-produção com a Focus Features/Universal Studios. Exerceu essa função por três anos, até agosto de 2009, e teve a oportunidade de avaliar centenas de roteiros e coordenar a dramaturgia de vários longas-metragens.

Ainda na O2 Filmes, desenvolveu os episódios para a segunda temporada de “Os Filhos do Carnaval”, com a roteirista Elena Soarez e o diretor Cao Hamburger, e também para a segunda temporada de “Antônia”, série em co-produção com a TV Globo, sob a coordenação de Jorge Furtado.

Ainda para O2, coordenou o desenvolvimento da série em co-produção com a HBO “Destino SP”, atualmente em produção, com direção de Fabinho Mendonça e Alex Gabassi.

Colaborou criticamente com inúmeros profissionais brasileiros, entre eles os roteiristas Marçal Aquino, Fernando Bonassi, Bráulio Mantovani, Elena Soarez, Anna Muylaert, Patrícia Andrade, Victor Navas, Luiz Bolognesi, e os diretores Cláudio Torres, Breno Silveira, Paulo Morelli, Nando Olival, Toniko Melo, Lula Buarque de Holanda, Mauro Lima, Laís Bodansky, Tata Amaral, Paulo Machline, Luciano Moura, entre outros. Colaborou no roteiro do filme “Xingu”, dirigido por Cao Hamburger.

Como crítica, escreveu artigos para a revista Theater e Bravo! Em maio de 2000, recebeu o prêmio Truman Capote por “excelência em escrita crítica”, outorgado pela Yale University.

Foi crítica de teatro do jornal “Folha de S.Paulo” em 2010 e 2011.
 

 

Veja as homenagens:

Christiane Riera por Lenise Pinheiro

Christiane Riera por Célia Forte

Christiane Riera por Lucianno Maza

Christiane Riera por Gabriela Mellão

Christiane Riera por Sérgio Roveri

Christiane Riera por Luiz Fernando Ramos

Christiane Riera por Roberto Alvim

Christiane Riera por Bel Kowarick

Christiane Riera por Ivam Cabral

Christiane Riera por Sílvia Lourenço

Christiane Riera por Marici Salomão

 

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