Na falta de luz, em princípio, ficamos totalmente desorientados. Depois que os olhos se acostumam à nova condição, nossos outros sentidos passam a ficar mais atentos, na intenção de nos orientar, achar uma referência e segui-la.
Imagine, porém, uma peça de teatro – onde, normalmente, a maior referência é a visual –, toda encenada no escuro, explorando os outros sentidos do espectador. Essa é a proposta do Grupo Sensus e do Teatro Cego, que uniram forças na montagem “O Grande Viúvo”, adaptação do conto homônimo de Nelson Rodrigues. Na encenação, a trajetória do viúvo citado no título é toda contada no breu.
(Foto: Divulgação)
O espetáculo é interpretado por seis atores, dos quais três são cegos. Sara Bentes, Sérgio Sá, Giovanna Maira, Manoel Lima e Bruno Righi dão vida ao texto, sob a direção de Paulo Palado, que também faz parte do elenco. A trilha sonora original e a direção musical foram assinadas por Lua Lafaiette.
A montagem conta a história de um viúvo que, após ter perdido sua mulher, comunica à família que também quer morrer. Mas, antes, construirá um mausoléu, onde os corpos dele e o da sua amada deverão repousar juntos. Inconformada, a família tenta convencê-lo a desistir do suicídio.
Inserindo os espectadores no mundo dos deficientes visuais, a peça entrou em cartaz na última quarta-feira (13) e segue em temporada até 26 de julho, no Tucarena, em São Paulo.
Serviço
“O Grande Viúvo”
Quando: de 13 de junho a 26 de julho. Quartas e quintas-feiras, às 21h
Onde: Tucarena – PUC-SP
Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes
Tel. (11) 3670-8453
Ingressos: R$ 40
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Texto: Gabriel Gilio